Uma foto que está circulando na Web mostra o que teria sido uma farsa da CIA no caso do assassinato do fotógrafo americano por terroristas do ISIS. A decapitação de James Foley teria sido produzida num estúdio. Só pode ser mais uma das mistificações do mundo virtual.

Foto mostra a morte de fotógrafo americano sendo produzida num estúdio.

Foto mostra a morte de fotógrafo americano sendo produzida num estúdio.

 

                    Está mais do que provado que o jornalista James Foley foi mesmo executado na Síria. O grupo islâmico radical ISIS assumiu o crime cruel. Os governos britânico e norte-americano já se manifestaram. A família Foley também. O filme com as cenas bárbaras foi examinado por especialistas, que concluíram pela autenticidade.

                    Mas a foto que você vê na abertura do post está circulando na Internet. A divulgação é atribuída ao movimento “Occupy Wall Street”, que ficou conhecido por acampar no centro financeiro de Nova Iorque e por se confrontar seguidamente com a polícia, utilizando a chamada tática Black Bloc. Recebi a imagem por e-mail. Apesar de que parece ser apenas uma brincadeira de mau gosto, vamos examinar a questão.

                    Em primeiro lugar, o equipamento que aparece. Trata-se de um moderno estúdio de vídeo, com uma grande tela de Chroma Key em tom verde, que serve para inserir imagens de comutador no segundo plano da cena, recurso muito utilizado na televisão e no cinema. Aparecem duas câmeras de Ultra High Definition (UHD 4K), o modelo mais avançado de captar imagens digitais. As câmeras estão montadas em gruas robotizadas, que são operadas eletronicamente. Além do mais, há uma bancada com grandes monitores de LED, Full HD. É tudo sofisticado demais para uma pequena farsa.

                    Em segundo lugar, a questão de que teria sido uma trapalhada preparada pela CIA. No monitor à direita da foto aparece a logomarca da CIA, em destaque. Seria a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos tão burra a ponto de “assinar” a fraude? Parece que não. A CIA – é bem verdade – já foi protagonista em muitas fraudes pelo mundo a fora. O último escândalo global foi o da espionagem de telefones e e-mails. Mas isso aqui seria demais.

                    A equipe deste site se solidariza com a família de James Foley. Depois de passar quase dois anos como prisioneiro, submetido a torturas físicas emocionais, foi friamente morto diante das câmeras. Mais uma vítima da brutalidade rotineira naquela região. A guerra civil na Síria já matou 190 mil pessoas, a maioria civis, mulheres e crianças.  

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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10 respostas para Uma foto que está circulando na Web mostra o que teria sido uma farsa da CIA no caso do assassinato do fotógrafo americano por terroristas do ISIS. A decapitação de James Foley teria sido produzida num estúdio. Só pode ser mais uma das mistificações do mundo virtual.

  1. Scan disse:

    Interessante…
    “Parece que não. A CIA – é bem verdade – já foi protagonista em muitas fraudes pelo mundo a fora. O último escândalo global foi o da espionagem de telefones e e-mails. Mas isso aqui seria demais.”
    É mesmo?
    E você poderia explicar exatamente porque “seria demais”?
    Seria pior do que derrubar um 777 e acusar a Rússia?

    “Está mais do que provado que o jornalista James Foley foi mesmo executado na Síria.”
    É? Você adquiriu esta “certeza” assistindo a BBC ou a Fox?

    “O grupo islâmico radical ISIS assumiu o crime cruel.”
    Claro! Uma criação dos EUA não ia desmentir seus empregadores.

    “Os governos britânico e norte-americano já se manifestaram.”
    Ahhhh, bom! Eu já estava preocupado…

    Tadinho, não sei sua idade, mas se tiver mais do que 12 anos…o caso é grave.
    Procure informar-se corretamente antes de falar asneiras.
    Caí nesta porcaria de site sem querer e não pretendo voltar (pelo visto não apenas ninguém volta, como também ninguém vem…), portanto nem perca seu tempo respondendo, pois não perderei o meu lendo sua resposta, a qual, pelo seu nível de informação, vai ser uma batatada completa.
    Vá estudar, filhote…

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  2. José Antonio Severo disse:

    É bem possível que a CIA tenha montado uma fotografia para distribuir na Internet com o objetivo de criar indignação na opinião pública e assim romper as resistências para enviar tropas americanas ao Curdistão. É certo que o repórter foi morto degolado, mas os órgãos de segurança norte-americanos podem ter esquentado a fotografia para acelerar uma posição mais ativa do país no Levante. Outra coisa também é certa: se as potências ocidentais (leia-se Estados Unidos e, no limite, França e Inglaterra) não mandarem tropas para a região, o ISIL continuará fazendo das suas. Mesmo que Arábia Saudita e os emirados do Golfo cortem o dinheiro e o apoio que vêm dando aos fanáticos, eles não vão parar tão cedo. São incontroláveis. A única maneira de acabar com o ISIL será exterminando suas forças. Guantánamo terá novos hóspedes.

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  3. Anônimo disse:

    Na minha opinião, as bordas borradas existentes ao redor dos elementos da imagem perceptível por fixa observação em contraste com o fundo verde, assim como, internamente, na tela do monitor à esquerda, dão indícios significativos sobre a não autenticidade da foto acima exibida.

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  4. Eduardo disse:

    Amigo,

    Essa “decapitação” é uma farsa infantil. Não é à toa que o vídeo tem sido censurado e é muito difícil que as pessoas vejam na íntegra e possam julgar a cena toda. O que fica é a narrativa mentirosa.

    Em primeiro lugar, que “decapitação” é essa em que a decapitação não acontece? Já pensou nisso? Os dois vídeos mostram pessoas discursando, depois cortam para a imagem de um “corpo” com uma “cabeça” em cima dele. Qualquer produtor de filme B consegue produzir isso, não?

    Há muitos vídeos de decapitações verdadeiras por aí. Se você vir um deles, nunca mais vai parar de rir dessa encenação dos jornalistas. Uma decapitação faz jorrar muito sangue – óbvio! Uma pessoa prestes a ser executada não tem concentração para declamar um texto longo desses, né? Ainda, o “executor” aí corta uma garganta, logo depois aparece limpíssimo prometendo futuras execuções. Ué…??

    Chamou-me a atenção você dizer que a “família Foley” se manifestou. Bem, os “pais” do sujeito são atores diferentes em diferentes programas de TV. Isso você pode encontrar facilmente no Youtube. Os irmãos do sujeito dão entrevista claramente entusiasmados com as câmeras, sorridentes, nada a ver com alguém falando de um irmão decapitado, né? Pior, o ator “degolado” pode nem ser o tal de Foley. Há um vídeo comparando a articulação da boca do jornalista e a boca do “executado” – completamente diferentes.

    O segundo vídeo, divulgado anteontem, é ainda mais ridículo. A segunda “vítima”, depois de ter a garganta serrada pela faca várias vezes – sem sangue, é claro – não tem qualquer reação instintiva, não emite qualquer grunhido e ainda se levanta e ajeita o corpo para deitar. Ridículo.

    As inconsistências são inúmeras. O que me espanta nisso tudo é a cara de pau na mentira, a disposição das pessoas em acreditar nisso e, claro, a conivência da mídia que propaga versões oficiais de reconhecidos mentirosos.

    Faça uma pesquisa e veja por você mesmo.

    Abraço!

    Eduardo.

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  5. Lelo disse:

    Amigo, com todo respeito, parece que você redigiu seu texto sob à luz da indignação/emoção, provocadas pela suposta execução.

    Mas, passado este tempo, você poderá refletir melhor sobre suas “afirmações”.

    “O filme com as cenas bárbaras foi examinado por especialistas, que concluíram pela autenticidade.”

    Que especialistas? O filme possui indicadores de fraude perceptíveis até para um amador.

    – Dentre a mais gritante é a total ausência de sangue. Um corte na jugular provoca um “chafariz”. James Foley, sua vestimenta, seu executor estariam encharcados. Haveria uma imensa poça no chão.

    – Foley, que era simpatizante e ativista pró Islamismo (fato que você desconsidera em seu texto), e não estava na Síria à serviço da imprensa, esta deveras calmo para quem será decapitado, não acha?

    – Não creio que a foto deles num estúdio seja real. Mas não creio na veracidade do vídeo em questão.

    – E, por fim, se a ideia do ISIS era “chocar” o Ocidente, porque censuraram o momento da decapitação? Contrariando todos os videos de execução terroristas, que fazem questão de mostrar as “vias de fato”.

    Bastante cuidado! Algumas afirmações apressadas pela verdade, são tão perigosas quanto a mentira.

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  6. poloi000 disse:

    Essa imagem é obviamente uma montagem. Porem que esse grupo é criação do EUA é certeza para mim. Assim como qualquer engenheiro tem que ter certeza que World trade center foi implodido profissionalmente e assim como qualquer pessoa que entende de politica sabe que o EUA usa de qualquer método necessário para convencer a sua população da necessidade de manter a sua trilhonaria industria de guerra.

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  7. Na disse:

    Eu realmente torço para que todos esses vídeos de decapitação sejam falsos. Antes atores encenando do que pessoas inocentes morrerem de verdade a sangue frio.

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  8. JEK RAUS MITER disse:

    estes mulçumanos é bando de otario falta de serviço. que morre tira as crianças a mulheres e homens.e os idosos e os inocente. e se matem.e vai para o inferno com o capeta……

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