
O jovem brasileiro aspirante a terrorista foi preso na Bulgária, quando se preparava para atravessar a fronteira daquele país com a Turquia, de onde pretendia seguir para a Síria. Kaike Ribeiro (este pode não ser o nome verdadeiro do rapaz, porque Kaike costuma ser apelido de Carlos Henrique) se converteu ao islamismo na Espanha. Morava em Terrassa, na Catalunha, próximo a Barcelona. Lá costumava frequentar a mesquita muçulmana Badr, que as autoridades espanholas consideram um centro de ativismo radical.

Combatente britânico que se juntou ao ISIS.
A prisão do brasileiro foi noticiada pelo jornal búlgaro “Deneven Trud”. Aqui, no Brasil, a Folha de S. Paulo confirmou a informação junto ao Itamaraty, que não revelou detalhes sobre o caso. Um tribunal búlgaro decidiu pela deportação de Kaike, que será mandado de volta à Espanha. Havia suspeitas da presença de brasileiros entre os 15 mil combatentes estrangeiros que atuam no ISIS (5 mil britânicos, 3 mil franceses, 500 americanos e muitos outros do Oriente Médio), que só agora se confirmam. No ano passado, forças ocidentais encontraram passaportes brasileiros num campo de treinamento da Al Qaeda.
Agora no início da noite o jornal O Globo informou o nome completo do rapaz: Kaique Luan Ribeiro Guimarães, natural de Formosa, em Goiás, que vivia na Espanha desde os oito anos de idade.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Amorim: não resisto escrever para você comentando a demonstração de sesquipedal ignorância (como dizia Mourão Filho sobre Costa e Silva) da equipe de sabichões do programa Globo News em Pauta. Ontem, dia 6 de janeiro, o correspondente de O Estado de S. Paulo em Nova York, falando da situação no Levante e comentando a ação dos militantes do Estado Islâmico, propôs uma questão que no meu tempo de criança a gente responderia na primeira sabatina da segunda série do ginásio. O correspondente fala, com cara de óbvio, só para tirar um efeito de sua expressão: “Fulano (não vou citar nomes para não constranger os colegas), você lembra onde ficava a Babilônia?” O apresentador ficou boiando. Sem a resposta ele arriscou perguntar às duas moças, uma de São Paulo e outra de Brasília, que também deitavam cátedra até essa questão de alta cultura aparecer no ar. As duas também passaram. Aí o rapaz para não deixar ninguém mal, perguntou por outra nação levantina da antiguidade: “E a Assíria?”. Todo mundo se enrolou, mas ninguém tinha ideia do que ele falava. Ainda procurando salvar os companheiro do ridículo, o correspondente do Estadão deu outra pista, inclusive dizendo que ele era descendente de imigrantes desse novo país citado, “A Fenícia”, disse. Que nada! Então ele propôs, para salvar a cara dos interlocutores, de um país mais conhecido ainda, bem atual (poderia se lembra do filme 300), mas que teve nome antigo, e assim os jornalistas da elite da tevê teria como se safar diante dos milhões de telespectadores: “E a Pérsia?” Quando entrou em chroma key um mapa, o rapaz apresentador reconheceu: “Ah! Parece o Irã…” (A velha Pérsia ia para territórios que hoje pertencem aos países árabes). Então, como diria Millôr Fernandes no seu Teatro Corisco, “pano rápido”. A bem da verdade devo dizer que os demais são jornalistas de tevê, típicos de nossos tempos. Se estivessem no ar os dois participantes originários da imprensa escrita que participando desse programa jornalístico, Jorge Pontual e Eliane Catanhede (os dois estariam de folga, ou algo assim) a emissora da Rede Globo não passaria por essa vergonha e nem nossa comunidade de jornalistas se exporia de forma tão cabal. ´É isto que dá botar cavalo no meio dos burros” , como dizem os caipiras.
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Daqui a mais alguns dias se saberá com detalhes com era fracassada odisseia do jovem islamista brasileiro preso na Bulgária e que está sendo deportado para a Espanha, seu país de origem segundo sua documentação. Acredito que vai e apurar que foi uma aventura ingênua de um grupo de adolescentes que saíram da Europa para combater no Oriente Médio, enfastiados pelo marasmo da vida numa Europa supersegura, em que nem mesmo um desempregado crônico se sente inseguro, pois vivem em sociedades que asseguram condições de sobrevivência e conforto a todos seus habitantes. A possibilidade de viver uma história épica é plausível para explicar sua atitude.
Este caso, no entanto, serviu para trazer de volta ao noticiário, no Brasil, da guerra no levante. Ali continua a matança. A grande novidade é a possibilidade de um acordo dos Estados Unidos com o Irã, algo que viabilize o fornecimento de peças de reposição para restabelecer a capacidade operacional a força aérea iraniana, que poderia, assim, dar um apoio efetivo às tropas xiitas que combatem o grupo Estado Islâmico.
Os velhos caças bombardeiros Boeing Phanton do Irã já são obsoletos para enfrentar os F-16 dos emirados ou da Arábia Saudita, mas suficientemente letais para destruir instalações e tropas do Estado Islâmico. Para isto, os norte-americanos têm infiltrados no terreno de luta as forças especiais que podem assinalar alvos e dirigir os ataques aéreos das obsoletas esquadrilhas dos aiatolás.
Esse movimento, porém, assusta os países árabes sunitas do Golfo Pérsico. Num primeiro momento os veteranos Phantons não são uma ameaça, mas são uma porta aberta para os Estados Unidos cederem armas mais modernas para o Irã e, aí sim, fazerem os xeiques do deserto botarem suas barbas de molho.
No mais, ainda não está clara a origem do ataque de hoje ao jornal francês para eliminar cartunistas. Realmente, estamos chegando ao paroxismo. Neste caso, tamanha provocação vai levantar a opinião pública europeia. Não é de descartar que se articule como dizem os terroristas, uma nova cruzada. Veja que o Papa já está dando seus palpites.
Daí a benzer os canhões da cristandade não falta muito. Vamos esperar.
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