Agora ficou mais claro: o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, teve a casa em Brasília arrombada e invadida. Provavelmente, os invasores queriam passar a mão na lista de políticos envolvidos no escândalo da Petrobras, que será enviada à Suprema Corte na próxima terça-feira.

Procurador ameaçado;.

Procurador ameaçado;.

O procurador Rodrigo Janot, em entrevista a O Globo de ontem (27 fev), esclareceu que está sob proteção da Polícia Federal depois que a casa dele em Brasília foi invadida. Com certeza, os criminosos queriam encontrar documentos relativos ao envolvimento de políticos no chamado “petrolão”. A denúncia de Janot será oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana que vem. Consta que há 34 parlamentares, 2 governadores e líderes partidários beneficiados com o desvio bilionário do dinheiro público. No meio jornalístico comenta-se que há próceres da oposição envolvidos. E que a bandalheira na Petrobras teria começado nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).

Foram determinadas medidas excepcionais de segurança para Janot, depois que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que há radicalização em vários segmentos da sociedade, insinuando ameaças à vida do procurador. Era só o que nos faltava. Na entrevista ao repórter de O Globo, Janot declarou: “estou vivendo como um  detento”, tamanho o esquema de proteção mobilizado para impedir um atentado. Ao participar de um evento público em Minas Gerais, na sexta-feira, havia 80 agentes federais encarregados da segurança do procurador. Inclusive atiradores nos telhados, com miras telescópicas.

É ou não é o fim dos tempos?

A bomba de Janot vai cair sobre o Congresso Nacional;.

A bomba de Janot vai cair sobre o Congresso Nacional;.

No meio político, há comentários de que a denuncia contra parlamentares vai cair como uma bomba sobre o Congresso. E, no próprio Congresso, já há quem fale em “maneirar” com a CPI da Petrobras. Dos 23 integrantes da comissão de inquérito, 10 estariam citados na denúncia de Janot. E no Planalto, o que se diz? De acordo com a imprensa, a presidente Dilma Rousseff decidiu que não haverá nomeações para o segundo escalão do governo, abaixo do cargo de ministro, enquanto essa lista não for divulgada. Dilma não quer nomear suspeitos de corrupção para as vagas do novo governo.

Caos total em Brasília!

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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4 respostas para Agora ficou mais claro: o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, teve a casa em Brasília arrombada e invadida. Provavelmente, os invasores queriam passar a mão na lista de políticos envolvidos no escândalo da Petrobras, que será enviada à Suprema Corte na próxima terça-feira.

  1. Alan Souza disse:

    Invasão da residência do PGR em busca de informações vitais: está parecendo enredo de House of Cards! O problema é que não sabemos quem é o Frank Underwood dessa estória ainda (Youssef daria um Raymond Tusk tupiniquim?).

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  2. José Antonio Severo disse:

    O que se vê em Brasília é que se iniciou a campanha eleitoral de 2018. Tudo gira neste sentido, o que confunde os observadores que a olho nu não conseguem identificar todas as peças no tabuleiro.
    Primeiro: é preciso tirar da frente as eleições municipais de 2016, pois, curiosamente, o processo que vai desembocar em 2018 não passa pelos comícios intermediários. Os atores e as forças que se defrontam neste momento estão operando em outra frequência de onda, que capta apenas os sinais da sucessão presidencial.
    Segundo: Dilma Rousseff é inelegível. Portanto, não é alvo. Há interesse, sim, de enfraquecer seu governo para evitar que tanto ela quanto sua administração sejam eleitores poderosos em 2018. Só isto.
    Terceiro: Lava Jato terá dois efeitos eleitorais negativos, um deles geral, que é o estreitamento das ofertas de dinheiro público-privado para os partidos; o segundo é que pode abater eventuais candidatos. Afeta duramente a os esquemas de arrecadação e redistribuição desses recursos entre as forças aliadas a governos, tanto estaduais como federal.
    Embora o grito de “fora Dilma” seja ouvido nas ruas, não há interesse efetivo em mover processo político contra ela. Neste sentido, as cartas estão dadas: ela deve ficar até o final do mandato presidindo as eleições. Uma alteração desse quadro é negativo devido ao tumulto político e à crise econômica que um processo de impeachment provocaria. A oposição (leia-se PSDB) tem estados importantes para governar. Patrocinar essa crise econômica seria uma espécie de Jim Jones político, uma guerra nuclear sem vencedores. Não interessa aos partidos.
    O Palácio do Planalto está absorvendo muito mal o surgimento de uma oposição no cenário político. O governo e seu pessoal de comunicação estavam acostumados à moleza que foi a oposição do primeiro governo. Com isto, a culpada de sempre é a imprensa, que dá voz às oposições. A pedra da mídia neste xadrez ainda não se moveu.
    Estas são apenas algumas partes do cenário. Só a primeira linha do tabuleiro. Depois poderia aprofundar os demais pontos, como o papel do judiciário, a luta interna entre Justiça e Procuradoria, etc. etc.

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