Fracassa o mutirão para esclarecer homicídios

Impunidade total.

Um mutirão da Justiça, do Ministério Público e das polícias fracassa ao tentar concluir 143 mil inquéritos de homicídio e tentativa de homicídio em todo o país. Os inquéritos estavam abandonados e sem conclusão. Mas a força tarefa, que atuou em quase todo o território brasileiro, envolvendo centenas de agentes públicos, não deu em nada. Pior: os resultados foram todos negativos. Vinte por cento dos inquéritos (cerca de 28 mil) foram arquivados sem que os culpados fossem apontados. De todos os 143 mil casos, só 4.652 (3%) resultaram em denúncias formais contra criminosos. Desastre total.

No Brasil, apenas um por cento dos crimes cometidos acabam em condenações e penas de prisão. Até recentemente, havia setenta milhões de processos parados nos tribunais, segundo o Conselho Nacional de Justiça. Depois de enorme esforço do CNJ, apenas 5,7% desses processos (aproximadamente 4 milhões) retomaram o curso normal no judiciário. É o reino da impunidade. Como se isso não bastasse, ainda tem o problema de classe: só preso pobre vai para a cadeia. Ou não?

Tá lá o corpo estendido no chão

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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5 respostas para Fracassa o mutirão para esclarecer homicídios

  1. Cássio disse:

    O judiciário no Brasil não serve à população, por vários motivos. Apesar de termos um conjunto de leis do qual a grande parte dos países em todo o mundo gostaria de ter, muitas destas foram feitas de forma que deixassem brechas para que os potentados que venham a cometer delitos possam sair impunes. Além disso, a maior parte da população não trata a situação atual da violência urbana com a importância que merece, já que vivemos numa verdadeira guerra civíl não declarada, como o próprio jornalista Carlos Amorim mostrou em seus livros. Espero que ainda tenhamos tempo para reverter este quadro, e que também haja vontade política, mas para isso é preciso pressão popular. Vamos abrir o olho.

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    • Carlos Amorim disse:

      Muito obrigado pelo comentário. Só mesmo muita pressão para conseguir rever nossas leis. Especialmente a aplicação das leis. É urgente a revisão da progressão de penas e a alteração da maioridade penal. Converse com a família, parentes, vizinhos e amigos sobre isso.
      Que tal montarmos um grupo de discussão através do site?
      Abração,
      Camorim

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      • Cássio disse:

        Um grupo de discussão sobre estes assuntos, como impunidade e bom funcionamento das leis, seria importante e necessário. Apesar de não ser um especialista no assunto me sinto na obrigação de refletir e agir sobre o tema violência, que acaba tendo relação com vários outros temas, principalmente política. Estarei semprei comentando no site, espero ter um bom diálogo sobre o tema com todos os internautas que o acessam.

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  2. carlos amorim disse:

    Perfeito. Vamos convocar esse grupo de discussão.
    abs
    Camorim

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  3. Gines Paulo Garcia disse:

    Num país onde estão mais preocupados em votar a Lei da Copa , e não estão nem ai em reformular o Código Penal para a nossa realidade, vamos continuar enxugando gelo ,porque fazer um multirão para prender, se prende o juiz solta porque a lei é fraca,se a lei fosse mais severa ,acho que não haveria necessidade desse multirão ou “mentirão” como foi apelidado por ai.

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