O ministro-presidente do STF, Joaquim Barbosa, anunciou, na manhã desta quinta-feira (29 de maio), que vai renunciar ao cargo em junho, antes do recesso do Judiciário. Ele comunicou pessoalmente a decisão à presidente Dilma Rousseff e aos chefes do Legislativo, Renan Calheiros (Senado) e Henrique Alves (Câmara). Disse que vai se aposentar e cuidar da própria vida, após 41 anos no serviço público, dos quais 11 anos no STF. Aos 59 anos, abandona um dos melhores empregos do país, mas terá aposentadoria vitalícia de mais de 28 mil reais.
Durante sessão plenária do tribunal, à tarde, o agora ex-ministro declarou:
_ Decidi me afastar do Supremo Tribunal Federal no final deste semestre, no final de junho. Afasto-me não somente da presidência, mas do cargo de ministro. Tive a alegria de compor esta Corte no seu momento mais fecundo, mais criativo, de importância no cenário político e institucional do nosso país.
Frequentemente citado pela mídia como candidato alternativo à Presidência, tendo frequentado várias pesquisas do Ibope, Joaquim Barbosa não poderia concorrer este ano. Pelo menos é o que acreditam dois outros ministros da Suprema Corte, Celso de Mello e Marco Aurélio, que conversaram com jornalistas em Brasília. Em março deste ano, no entanto, em entrevista a Roberto Dávila (Canal Globonews), Barbosa afirmou que não descarta a possibilidade de entrar na política, “mas não nas eleições de 2014”. Além do mais, o prazo de filiação partidária já se foi, o que inviabilizaria qualquer tentativa nesse sentido.
Aliás, Joaquim Barbosa parece ter aguardado o fim dos prazos para comunicar o afastamento do STF, como a dizer: “não sou candidato”. E, na verdade, ele teria um problema quase insuperável pela frente: como encontrar um partido político com tempo de televisão que ainda não tenha candidato? E como fazer uma campanha eleitoral por um partido nanico? Ele gostaria de ser um novo Enéas, com alguns segundos no horário eleitoral? As convenções partidárias ainda estão em aberto, é verdade, mas a mira do ex-ministro parece se voltar para 2018. A menos que ele queira se candidatar ao Senado, o que parece ainda mais improvável diante da vaidade que demonstrou no tribunal.
Com a renúncia, assume o ministro Ricardo Lewandowiski, opositor declarado de Barbosa, que demonstrou tendência mais liberal no julgamento da Ação Penal 470, o processo do “mensalão”. A vice-presidente será a ministra Carmem Lúcia. Ela votou contra Joaquim Barbosa em quase todas as questões polêmicas do julgamento. Ou seja: o ex-ministro deixa o cargo derrotado.
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A renúncia do ministro Joaquim Barbosa às vésperas da eleição presidencial foi a notícia sensacional desta tarde
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