
O ex-presidente Lula, durante greve de metalúrgicos no ABC.
Na edição online da Folha de S. Paulo, foi publicado hoje (5 set):
“A montadora Volkswagen espionou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele era líder sindical na década de 80. De acordo com a agência Reuters, a empresa encaminhou as informações para o governo militar. Eram dados sobre greves, reivindicações salariais e encontros sindicais”.
Os espiões da montadora alemã, com várias unidades de produção no Brasil, anotaram que Lula, durante um comício de operários (19 de junho de 1983), teria dito que “falta vergonha” à ditadura. Outro delito do líder sindical que seria eleito presidente duas vezes: Lula teria aconselhado os trabalhadores a não pagar mais as prestações da casa própria junto ao sistema nacional de habitação. Isto seria uma forma de “protesto político” e de resistência ao arbítrio.
A denúncia, feita pela agência de notícias Reuters, foi comprovada por meio de 20 documentos “sigilosos” descobertos no Arquivo Nacional por pesquisadores da Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes políticos no Brasil. A reportagem da Folha acrescenta:
“A Volkswagen informou ao governo militar o nome dos funcionários envolvidos em atividades sindicais e dos que foram flagrados fumando maconha. Esses dados teria sido usados pela polícia para deter e ameaçar sindicalistas”.
Durante os anos 1980, a Volkswagen do Brasil era a maior indústria automobilística instalada no Patropi. Tinha quase o monopólio das vendas de automóveis e caminhões. Precisava participar de tamanha baixaria? A indústria diz que está investigando a participação de seus funcionários no esquema de espionagem.
Ah, bom… ficamos todos mais tranquilos.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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