Um país dividido: é o cenário que surge em mais uma rodada de pesquisas para o segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estão tecnicamente empatados. Isto também é uma forma de Ibope e Datafolha, que erraram feio no primeiro turno, correrem riscos menores.

eleições 2014 02                    Pela rodada de pesquisas de opinião para a escolha do novo presidente brasileiro, divulgada nesta quarta-feira (15 out), Ibope e Datafolha afirmam que há um empate técnico: Aécio Neves teria 45% da preferência dos eleitores, enquanto Dilma teria 43%. É o mesmo que dizer: ninguém sabe o que vai acontecer com o resultado das urnas em 26 de outubro. Esses institutos de aferição das tendências eleitorais, eternamente acusados de manipulação, só costumam “afinar” os seus números no dia anterior à votação. Justamente por isso, são suspeitos de favorecer tal ou qual candidato. Especialmente, para ver se conseguem reduzir o número de votos brancos, nulos e indecisos, a favor de tal ou qual candidato.

É curioso notar que, pela segunda vez, Ibope e Datafolha espelham exatamente o mesmo resultado (45% a 43%), como a se proteger mutuamente de algum equivoco. Mas, fuçando as entranhas da última pesquisa, encontramos um dado importante: quando os institutos perguntaram a seus entrevistados se tinham certeza em quem votar, o resultado foi diferente: 42% a 42% para cada um dos candidatos. Ou seja: empate real – e não um empate técnico dentro da margem de erro. Essa margem de erro, que oscila em 4% (2% para mais e 2% para menos), serve para proteger os pesquisadores. E também, o que é grave, para induzir o voto para aquele que supostamente estaria ligeiramente na frente, por pequena margem. Verdade ou mentira?

Se alguma coisa der errado, dizemos que estávamos dentro da margem de erro, cerca de 4%. Sabe quanto isso significa no eleitorado brasileiro, esses tais 4%? Alguma coisa parecida com 4,7 milhões de eleitores. É um erro bem grande, ou não?

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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