
Os irmãos Cherif e Hayd, suspeitos do atentado em Paris.
Em nota divulgada através de sites jihadistas na manhã desta quinta-feira (8 jan), o “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” classificou de “heróis do Islã” os dois homens que atacaram a sede do jornal “Charlie Hebdo”, na manhã de ontem, em Paris, matando 12 pessoas (8 jornalistas, 2 funcionários do jornal e 2 policiais), além de ferir a bala outras 10 pessoas. A nota do ISIS fez da milícia islâmica a principal suspeita de ter treinado e financiado os dois franco-argelinos que praticaram o violento atentado.
As forças de segurança francesas divulgaram fotos dos dois suspeito, que estão sendo caçados em pequenas cidades ao norte da capital. São os irmãos Cherif e Hayd Kouachi, de 34 e 32 anos, respectivamente. Os dois, filhos de imigrantes argelinos, nasceram em Paris. O mais velho, Cherif, já tinha sido julgado na França por atividades terroristas (recrutamento de combatentes para lutar no Iraque), tendo contra ele uma condenação de três anos de prisão. Ficou detido por um ano e foi libertado por bom comportamento. Não havia acusações contra Hayd. Agora a dupla reaparece como autora do maior atentado em solo francês dos últimos anos.

Terroristas do ISIS podem ter treinado e financiado o ataque em Paris.
O episódio mostra que a justiça francesa subestimou o perigo representado por esses radicais, revelando ainda o despreparo dos serviços de segurança, que estavam monitorando os terroristas e foram incapazes de evitar o ataque brutal. A equipe deste site se solidariza com as vítimas do atentado em Paris, em especial os profissionais de imprensa mortos e feridos.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Ainda não se sabe com certeza se os terroristas parisienses estariam ou não operando sob comando de uma organização jihadista. Seja como for, eles tinham o mesmo objetivo: atacando jornalistas provocar uma comoção para produzir protestos anti-islamistas para atrair simpatias defensivas nas suas bases políticas. O objetivo estratégico é enfraquecer e desestabilizar as monarquias teocráticas da Península Arábica e chegar ao poder nos estados muçulmanos waabitas. Matar jornalistas não é novidade. Nos últimos anos centenas têm sido abatidos por movimentos políticos, pelo crime organizado e outros grupos de intolerantes. Aqui mesmo no Brasil já se viu o quanto a morte de jornalistas produz resultados políticos. A ditadura começou a cair quando mataram Wladimir Herzog. O Comando Vermelho começou a perder o poder nas favelas cariocas depois que executou Tim Lopes. Sem falar de outros casos, como o começo da queda de Somoza, na Nicarágua, depois que fuzilaram um repórter da tevê norte-americana diante das câmeras. E assim por diante. Os jihadistas estavam degolando jornalistas, mas nenhum deles vinculado a um grande órgão de imprensa. Eram free lancers. Assim mesmo, já criaram uma onda de indignação. Agora, matando no centro de Paris, parecem ter conseguido seu intento. A novidade é que antes somente jornalistas investigativos que denunciavam máfias do crime organizado ou repórteres especializados em cobertura política que atacavam ditadores ou donos de jornais de oposição. Cartunistas foram os primeiros da História e introduziram essa brava categoria de artistas da mídia na galeria das vítimas do desassombro dos jornalistas. Portanto, os pistoleiros de Paris podem ter sido ex-jihadistas com treinamento agindo por conta própria ou integrantes de um comando articujlado, mas a verdade é que o efeito psicossocial está colocado.
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