1,5 milhão de pessoas marcham contra o terror na capital francesa. Foi a maior manifestação de rua desde a libertação de Paris, em 1944. Comparável aos memoráveis protestos de maio de 1968. Líderes ocidentais e muçulmanos, juntos, mostraram unidade nunca vista. Até o Hamas e o Hezbollah condenaram os ataques.

atques em paris 05

O domingo em Paris mostrou ao mundo uma união poucas vezes vista contra o terrorismo radical islâmico. A enorme multidão aplaudiu as diferenças, que iam da família real jordaniana ao premiê israelense. O povo francês também aplaudiu a sua polícia, coisa raríssima de se ver. Note-se: Obama não esteve presente. Aliás, a presença dele punha em risco a própria manifestação, já que é um dos homens mais odiados no mundo islâmico. A América Latina também não esteve bem representada, uma vez que faltaram Dilma, Cristina, Evo e Maduro. Foi basicamente um evento europeu, com adesões árabes e africanas. Mas todos sabem que o perigo continua.

ataques em paris 08

O terrorismo lembra a velha máxima da luta guerrilheira, iniciada entre Roma e Cartago, séculos antes de Cristo: “somos fortes onde não somos esperados”. Três homens e uma mulher imobilizaram a França. O terror é instrumento do pequeno contra o grande: um golpe inesperado, cruel, impiedoso. No mundo moderno, onde supostamente há outras formas de negociação, se torna insuportável. E, por ser insuportável, produziu tamanha comoção, que assistimos hoje na Europa. Mas o perigo continua.

Quantas células radicais islâmicas ainda estão adormecidas no Ocidente? Aguardam apenas a ordem de acordar nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália ou Nova Zelândia. A França foi atacada porque aderiu à coalizão contra o ISIS, na Síria e no Iraque, emprestando aviação de combate para atacar os terroristas. Com o sucesso da operação em Paris, Al Qaeda e o Estado Islâmico se sentem estimulados a novos alvos. Onde? Quando? Ninguém sabe. Mas novos ataques virão, com certeza.

atentado em paris

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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