Acordo de paz entre governo colombiano e a guerrilha comunista deve encerrar 50 anos de guerra civil. O tratado prevê anistia geral e o fim da produção de drogas nas áreas controladas pelas FARCs.

Acordo de paz histórico, assinado em Havana.

Acordo de paz histórico, assinado em Havana.

Após três anos de intensas negociações, intermediadas pelo governo de Cuba, o presidente colombiano, Juan Manoel Santos, e o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FAC-EP), Timoleón Jiménez, assinaram em 23 de setembro um acordo de paz. O tratado histórico deve encerrar 50 anos de guerra civil no país vizinho, que resultou mais de meio milhão de mortos e atingiu outros milhões de colombianos, um terço dos quais perdeu suas casas nas zonas de combate.

O comandante das FARCs.

O comandante das FARCs.

As negociações giravam em torno de um amplo projeto de reforma agrária, anistia para todos os envolvidos (exceto nos casos de genocídio, crimes de guerra, tortura, sequestro, deslocamento forçado e violações sexuais), desarmamento da guerrilha e dos grupos paramilitares de direita, além do fim da produção de cocaína e outras drogas nas áreas controladas pelos guerrilheiros, que chegam a um terço do país, especialmente nas montanhas e matas amazônicas. As FARCs se comprometeram a entregar as armas ao governo, em cerimônia pública, no prazo de 60 dias.

Também ficou acertado que o movimento guerrilheiro vai se transformar em partido político e disputar livremente as eleições no país. É o fim da mais longa guerra no continente. O presidente cubano, Raul Castro, teve papel fundamental no acordo e Havana sediou as conversas de paz.

O presidente Juan Manoel Santos.

O presidente Juan Manoel Santos.

O presidente Juan Manoel Santos declarou à mídia interacional: “Não podemos permitir outro fracasso nesse caminho para a paz e a reconciliação. Somos adversários. Estamos em extremos diferentes. Mas hoje avançamos no mesmo caminho”. Curiosamente, no Brasil, a mídia não deu muita importância ao acordo. Mesmo sabendo que a guerra civil colombiana representava um sério perigo para as nossas fronteiras no norte, além de uma porta de entrada para drogas e amar em território nacional. A imprensa tupiniquim parece só levar a sério as notícias que afetam a Europa e os Estados Unidos. Temos uma mídia colonizada: um artista que tropeça no tapete vermelho do Oscar tem mais destaque do que o fim de uma guerra que matou meio milhão de pessoas aqui ao lado. Que pena!

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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