
Secretário da ONU adverte: crise no Brasil é perigosa.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, falando a um repórter da RedeTV! em Genebra, fez um alerta preocupante sobre a crise brasileira. O chefe da ONU afirmou que os rumores de golpe de Estado e a instabilidade política no Brasil podem produzir consequências em todo o continente sul-americano. Ele acrescentou: “Tenho a esperança de que o povo brasileiro e as lideranças políticas vão encontrar soluções para a crise”, caso contrário os efeitos podem se alastrar. Curioso: não vi na mídia nenhum destaque ao pronunciamento.
Não precisa ser nenhum gênio da lâmpada para entender que ele estava se referindo ao caos na Venezuela, ao conflito armado na Colômbia e à situação política no Paraguai e na Bolívia. E também não é nenhuma novidade que a história da América Latina é marcada por golpes, trocas turbulentas de governantes e conflitos armados. No Brasil a polarização aumenta e o ódio se espalha, indicando para a possibilidade de episódios de violência.
A presidente Dilma Rousseff está encurralada e perde o controle institucional. O Ibope de hoje (30 mar) aponta uma rejeição de 69%. Mas ela dispõe de instrumentos legais para recorrer de decisões apressadas de um Congresso pontuado por oportunistas e aproveitadores. E pode apelar a seus militantes e aos movimentos sociais. As oposições, pela falta de um programa, não foram capazes de liderar o processo e também são rejeitadas nas ruas. Amanhã, os apoiadores do governo e do PT voltam às ruas. Depois virão os que querem a derrubada do governo. Tudo isto aponta para um perigoso impasse. E é justamente tal impasse que está na essência do pronunciamento de Ban Ki-Moon.
Quem acha que a queda do governo se dará em meio a uma festa, se engana. Nenhum dos lados vai ceder. A solução pacífica demandaria grandes gestos, coisa de estadistas, mas não devem acontecer: Dilma e Temer renunciam e convocam novas eleições em 90 dias. E que vença o melhor. Só que isto parece fora de questão. Então, resta o caminho do confronto. Os partidos fisiológicos não possuem bases sociais organizadas. Aliás, nunca possuíram. Eles vivem das verbas públicas (fundo partidário) e das agora proibidas doações empresariais. Fora isso, só o caixa 2 criminoso e o horário eleitoral gratuito, no qual é comum a venda de espaço. Nenhum desses partidos faria uma convocação popular e seria atendido. E a classe média some das ruas ao se ouvir os primeiros tiros. Ficam os militantes e as forças policiais.
Este é o caos temido pela ONU.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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