Espetáculo vergonhoso na Câmara: deputados rejeitam segunda denúncia da PGR contra Temer em meio a chantagens, barganhas e outras patifarias.

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Oposição protesta na Câmara. Imagem do portal da Veja.

 

                                   As oposições e os dissidentes precisavam de 342 votos para derrubar o governo mais impopular da história recente do país. Só conseguiram 233. Para se livrar das acusações de obstrução de justiça e crime organizado, Michel Temer deveria merecer apenas 172 votos, coisa fácil de obter em razão da maioria de que dispõe na Câmara. Mesmo assim, ficou com uma votação inferior àquela que teve na primeira denúncia: 263, na primeira; 251, na segunda. O governo, de novo, sai desgastado pelos discursos virulentos da oposição, transmitidos ao vivo pela TV e o rádio.

                                   Durante toda a quarta-feira (25 out), parlamentares do “centrão” fizeram todo tipo de chantagens contra Temer, recusando-se a dar quórum à sessão na Câmara. Queriam mais dinheiro, mais cargos. O preço deles subiu. E ficou patete que o governo é refém do grupo de 12 partidos mais desqualificado do país. Com as oposições obstruindo os trabalhos, ao que se soma a rebelião dos oportunistas da ala conservadora, a votação só começou à noite, obrigando a TV Globo a cancelar o capítulo da novela “O outro lado do paraíso”. Prejuízo milionário para a emissora.

                                  As barganhas e patifarias foram de tal ordem, que Temer, sem dormir direito nos últimos dias, passou mal e teve que ser hospitalizado com uma crise renal. E foi justamente para o hospital do Exército, onde o generalato o vê como um grave problema para o país. Muitos desses oficiais-comandantes desejam o fim deste governo. Mas Temer saiu do hospital a tempo de aparecer no Jornal Nacional, acompanhado da bela Marcela, a primeira-dama.

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Temer comemora vitória esperada, porém duvidosa.

                                   Tudo mostra que o governo, apesar das gravíssimas acusações, formuladas pelo procurador Rodrigo Janot, vai até o fim. À custa de mais benesses – e talvez alguma corrupção adicional em favor do “centrão”. O dinheiro jogado fora para manter o mandato daria para construir centenas de escolas, postos de saúde, creches e aprimorar a segurança pública. O episódio confirma, pela enésima vez, que esses mandatários da República desejam firmemente que o povo se dane. E há – também – alguns deputados com vocação para palhaços de circo. Fazem discursos capazes de envergonhar as pedras do calçamento. (Me perdoem os verdadeiros palhaços, que levam alegria ao povo.) Os comediantes da Câmara representam o pior que há na história do Parlamento brasileiro. Nunca se viu uma legislatura tão vagabunda. 

                                   Não há nada mais espantoso do que a conduta dessa maioria parlamentar, formada a partir do impedimento de Dilma Rousseff. Quer impor ao Brasil um retrocesso de 50 anos. Ou mais!               

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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