
Manson mandava matar celebridades para provocar um guerra racial nos EUA;
Em 2011, aos 79 de idade, Charles Manson pediu liberdade condicional à Suprema Corte dos Estados Unidos. Alegou idade avançada e doenças. Pedido negado. Os ministros de lá consideraram que era uma ameaça para a sociedade e para o gênero humano em geral. Agora, aos 85 anos, faleceu de causas naturais. Preso. A decisão da corte foi corroborada por laudos psiquiátricos e avaliações psicológicas, que atestaram que o homem continuava perigoso.
Aqui no Patropi soltamos criminosos reincidentes sem qualquer tipo de avaliação. Mera burocracia. Especialmente, quando são brancos e ricos. Os sequestradores chilenos do publicitário Washington Olivertto foram libertados no Dia das Mães. Eram órfãos. Sumiram. Quando são criminosos de colarinho branco, sequer ficam na cadeia. É coisa rara. E vários integrantes da Suprema Corte brasileira acham que prisão sem “trânsito em julgado” – ou seja: julgamento do último recurso aos tribunais superiores – é ilegal. Funciona particularmente para brancos e ricos. É o que explica o sentimento de impunidade no país.
As leis brasileiras assentam que o tempo máximo de confinamento é de 30 anos, em regime fechado. Essa é a pena máxima para homicídio. Mas se o sujeito matar 10 pessoas, 9 dos crimes ficarão impunes. Sou favorável à progressão de pena para criminosos primários, inclusive com a saidinha de feriados. Mas, para quem cometeu crimes repetidamente, não deveria ser possível. E não há qualquer avaliação técnica. Simples burocracia, que serve também para reduzir a ocupação carcerária, já que esse país não dá a menor bola para seus prisioneiros.
Reproduzo, a seguir, um artigo que publiquei aqui no site em 2013, sobre Charles Manson. Acompanhe:
“Esse é Charles Manson, aos 79 anos de idade. Fundador de uma seita de fanáticos em Spahn Ranch, na Califórnia (EUA), pregava o ódio contra a humanidade, no final dos anos 60, advertindo para o fim do mundo iminente. Os seguidores de Manson, todos muito jovens e de famílias ricas, achavam que ele era “a reencarnação de Jesus Cristo”. Obedeciam cegamente às orientações dele, inclusive o ódio racial e religioso. A “Família Manson”, como o grupo ficou conhecido, assassinou cruelmente sete pessoas, escrevendo com o sangue das vítimas palavras de ordem da seita nas paredes das casas onde os crimes ocorreram.
A primeira residência invadida pela “Família Manson”, na noite de 6 de agosto de 1969, foi a do cineasta Roman Polansky, em Cielo Drive, Los Ângeles. A mulher dele, a atriz e modelo Sharon Tate, grávida de sete meses, foi morta em companhia de quatro amigos do casal. Polansky não estava em casa. Aparentemente, ele seria o alvo principal, por causa do filme que acabara de produzir, “O bebê de Rosemary”, que tratava de satanismo. Na noite seguinte, os fanáticos invadiram outra casa milionária e mataram o casal Rosemary e Leno LaBianca. Charles Manson, o “líder espiritual” do grupo, não esteve presente nos homicídios.
Os assassinatos brutais renderam manchetes em todo o mundo, especialmente porque os fanáticos haviam escrito com sangue as palavras “Pigs” (porco) e “Rise” (ergam-se) na casa de Polansky. Na residência do casal LaBianca, escreveram “Helter Skelter”, título de uma música dos Beatles. Charles Manson declarou à polícia que a letra de Lennon & McCartney continha instruções subliminares para iniciar uma guerra de negros contra brancos nos Estados Unidos, que daria origem ao fim dos tempos. A “Família Manson” foi presa em poucos dias, porque seus integrantes, usuários de drogas, comentavam publicamente (e com orgulho) os crimes que haviam cometido. Foram condenados à pena de morte, convertida, em 1972, para prisão perpétua.
Charles Manson está na cadeia até hoje, já tendo cumprido 44 anos da pena. O endereço dele é numa cela individual de segurança máxima na Penitenciária Estadual da Califórnia. De tempos em tempos é submetido a uma série de exames e testes psicológicos para determinar se pode ou não voltar ao convívio social. Até agora, foi reprovado sempre. O próximo exame está marcado para 2027, quando já terá 92 anos.
As leis brasileiras afirmam que ninguém pode passar mais de 30 anos em regime fechado, não importando a gravidade dos crimes que cometeu. Se fosse aqui, Manson já estaria solto há muito tempo”
Ótimos, os dois artigos, este e o anterior. Amo vc! Bjs, Anne
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