O locaute das empresas de transporte de cargas, travestido de greve dos motoristas, está levando o país ao caos. Falta combustível, comida e remédios. O governo promete redução de preços, corte de impostos, em troca de sacrifícios para o contribuinte. A greve não é um movimento a favor dos trabalhadores do setor de transportes, até porque os motoristas autônomos representam menos de 30% do segmento econômico. A paralisação é das empresas transportadoras, que conseguiram mobilizar a categoria em todo o país.
O desgoverno de Temer cede à chantagem, arrastando consigo o Congresso, a opinião pública e a grande mídia, que faz de conta que mão sabe o que está acontecendo. No fundo e no raso, trata-se de desvalorizar a Petrobras aos olhos do grande capital internacional. Em apenas quatro dias, a Petrobras deixou de ser a maior empresa pública do país, considerando a redução de seu valor nominal. Ficou barato comprar as ações da companhia.
Para acabar com a “greve”, o desgoverno apresentou propostas de redução do preço do diesel, desconsiderando a gasolina e o álcool, que afetam a população em geral. Na mão direita, aponta para aumento de outros impostos, de modo a compensar um rombo de 14 bilhões de reais. Rapidamente, a Câmara dos Deputados, comandada por Rodrigo Maia, aprovou o fim da redução de impostos sobre a folha de pagamentos de 57 setores da economia. Isto quer dizer mais desemprego, que já atinge 27 milhões de brasileiros.
Trata-se de um caos generalizado.