Atentado a Bolsonaro foi ato terrorista e revela alto grau de intolerância política no país. Segurança dos candidatos será reforçada e há o risco de novos incidentes.

atentado bolsonaro 01

Bolsonaro atingido. Imagem Globonews;

                                   O ataque contra Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) foi típico dos chamados “lobos solitários”, pessoas que reúnem desajustes sociais, isolamento, ideias confusas e causas indefinidas. Esse tipo de terrorista, no entanto, é capaz de planejar detalhadamente seus ataques. O exemplo de Juiz de Fora é bem claro: Adélio Bispo de Oliveira estava hospedado na cidade há dez dias; provavelmente sabia onde seria o comício do candidato; optou por usar uma faca comum de cozinha, mais fácil de disfarçar (e de obter) do que uma arma de fogo; era um tipo popular, vestido com simplicidade, misturando-se aos manifestantes. Adélio chegou a menos de um metro do candidato. Enfiou a faca de 25 centímetros de comprimento na barriga de Bolsonaro.

                                   A facada produziu sete lesões internas. E cortou uma importante veia do abdome. Bolsonaro perdeu dois litros de sangue e entrou em choque antes mesmo de chegar ao hospital. Com a ruptura da veia, poderia ter morrido, se não tivesse eficiente atendimento médico. O criminoso, que apareceu na televisão algemado, semidespido e jogado no chão, como se não houvesse uma cadeira na delegacia, disse que recebeu ordens de Deus.

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O autor do crime foi preso em flagrante.

                                   O atentado é mais um episódio de intolerância política no país, que já vitimou dezenas de políticos e jornalistas. O caso mais recente havia sido o assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco, no Rio, metralhada na rua ao sair de um evento político. Até agora a polícia não resolveu o caso. A intolerância também pode ser vista nas redes sociais, onde as pessoas se agridem mutuamente em razão de diferenças no campo das ideias.

                                   Tais acontecimentos não apenas estimulam recursos extremos, como podem levar o país a uma escalada de violência. Há quem diga: o brasileiro é um povo pacífico e ordeiro. Mentira! No ano passado matamos 64 mil pessoas.             

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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2 respostas para Atentado a Bolsonaro foi ato terrorista e revela alto grau de intolerância política no país. Segurança dos candidatos será reforçada e há o risco de novos incidentes.

  1. Uma foto da situação em forma de texto. Parabéns. Obrigada

    Annelise Godoy Add+PhilaBrasil

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  2. Antonio Carlos Baumann disse:

    Análise parcial. Que se apure de forma honesta, proifissional e desapaixonada o motivo do crime político.

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