Governo compra aprovação da MP dos portos por 1 bilhão

 

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A aprovação da medida provisória da modernização dos portos custou ao país a bagatela de 1 bilhão de reais. Foi por meio da liberação dessa polpuda quantia para as Emendas Parlamentares ao Orçamento da União, uma das maiores fontes de corrupção no país. Cedendo à pressão dos “aliados”, o Planalto abriu a bolsa. Conseguiu os votos necessários ao atendimento de uma necessidade real – a modernização dos portos -, mas foi vítima de uma chantagem cínica e indigna, praticada dentro do Parlamento.

Ficamos todos espantados ao ver uma sessão da Câmara se arrastar até altas madrugadas. Parecia que os senhores deputados estavam dando duro para o bem do Brasil. Mas, no fundo, rolava uma negociata inacreditável. Todo mundo sabe o que são essas Emendas Parlamentares ao Orçamento da União: é por meio delas que os deputados conseguem dinheiro para obras em seus estados, todas superfaturadas, sem fiscalização, que enriquecem uma camarilha que só vive disso. É assim também que conseguem dinheiro para as campanhas eleitorais, em troca de favores concedidos a empreiteiros.

A situação dos portos brasileiros é vergonhosa. Estamos carecas de saber. Embarcar uma carga custa três vezes mais do que nos portos mais importantes do mundo. E com um serviço vagabundo: gigantescas filas de caminhões, cargas perecíveis expostas ao sol etc. Tem fila até de navios. De Santos e Paranaguá saem containers lotados de cocaína e contrabando destinados à África e Europa. Mas isso é o de menos: o problema maior é que o custo e a demora detonam a competitividade de nossos produtos de exportação.

Tudo bem. Precisávamos fazer alguma coisa – e o governo editou a Medida Provisória para a nova “abertura dos portos”, desta vez ao capital privado. Sou favorável à parceria público-privada, mas é preciso não confundir essa “privada” com aquele objeto de uso nos banheiros.

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Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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2 respostas para Governo compra aprovação da MP dos portos por 1 bilhão

  1. carlos amorim disse:

    Prezado Carlos Amorim,
    Parabéns pela matéria “Governo compra aprovação da MP dos portos por 1 bilhão”.
    Na minha opinião essa matéria DEVERIA ser divulgada exaustivamente e a nível popularíssimo de norte a sul, de leste a oeste neste Brasil por todos os órgãos da imprensa escrita, falada e televisada, esclarecendo e orientando que todos os brasileiros estão sendo roubados pelo próprio Governo em conluio com o Congresso.
    Os países evoluídos promovem dezenas de PLEBISCITOS anualmente. Neste Brasil já é hora de se aplicar uma grande e saudável reforma CONSTITUCIONAL através da INICIATIVA POPULAR – artigo 14, III da Constituição Federal. É só orientar a população que existe esse direito constitucional e quase ninguém sabe disso.
    Grato pela atenção,
    Atenciosamente,
    Claudino Tessari
    E-Mail:claudino.br@hotmail.com

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