Negociações entre governo e as FARCs podem acabar com guerra civil e violência na Colômbia

Comandantes das FARCs em Havana

Comandantes das FARCs em Havana

Representantes da última guerrilha comunista das Américas – as FARCs colombianas – e o governo do presidente Juan Manuel dos Santos estão reunidos em Havana para tentar encerrar mais de 50 anos de guerra civil e violência naquele país. As negociações de paz foram retomadas hoje (26 ago) e podem encerrar um confronto que já matou mais de 600 mil pessoas e deixou três milhões de desabrigados. A guerra civil colombiana é uma tragédia sem precedentes no continente. Quatro forças se enfrentam há décadas: o governo, a guerrilha, os paramilitares sustentados pelo narcotráfico e efetivos norte-americanos. Washington já gastou mais de 6 bilhões de dólares no conflito, sem conseguir romper o impasse produzido pelo equilíbrio entre os efetivos que se opõem na sangrenta luta pelo poder. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, criadas em 1964, controlam mais de um terço do território do país.
Cinco pontos estão em discussão: uma ampla reforma agrária; a transformação das organizações guerrilheiras em partidos políticos legais; o problema do narcotráfico; um cessar fogo multilateral; e anistia com indenização das vítimas. Os guerrilheiros também querem a convocação de uma Assembleia Constituinte e o adiamento das eleições gerais previstas para o ano que vem. O governo colombiano exige que as FARCs abandonem o programa político baseado no marxismo-leninismo e quer um compromisso de que a guerrilha vai conviver com os princípios democráticos. Ou seja: para que a paz seja alcançada as duas partes devem ceder bastante.

O governo brasileiro apoia o processo de paz, mas sabe que um bom resultado a curto prazo será muito difícil. Três outras tentativas de acordo, entre os anos 1980 e 2000, fracassaram. Além disso, há o problema dos reféns mantidos pela guerrilha na selva colombiana, cujo número é estimado em mais de 700. E também há um grande número de prisioneiros mantidos pelo governo. O presidente colombiano também quer que os termos de um futuro acordo sejam submetidos a um plebiscito popular. Quem conseguir desatar esse nó merece o Nobel da Paz.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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