STF absolve mais dois réus do “mensalão” e condena especulador financeiro por lavagem de dinheiro.

Confirmando tendência mais liberal, o Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu o ex-deputado do João Paulo Cunha (PT), que chegou a ocupar a presidência da Câmara dos Deputados, da acusação de lavagem de dinheiro na última sessão da ação Penal 470. Absolveu também o ex-assessor do Partido Progressista (PP), João Cláudio Genu, considerado um simples intermediário no pagamento de propina a integrantes do meio parlamentar. No entanto, manteve a condenação de Breno Fischberg, dono de uma corretora de valores usada no esquema. Fischberg era conhecido por uma forte atuação no mercado especulativo, principalmente de câmbio.
A última sessão do mensalão foi rápida e sem os habituais confrontos de opinião. Na maior parte do tempo, não contou com a presença do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, o que talvez explique a “tranquilidade”. O ministro, aliás, esteve ausente da votação que absolveu João Paulo Cunha e Cláudio Genu, mas apareceu no final, quando Breno Fischberg foi condenado. Coincidência? O fato é que o STF está bem diferente daquilo que vimos no ano passado. Com a chegada de dois novos ministros, Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki, a corte passou a ter maioria contra as posições de Joaquim Barbosa.
Se essa mesma composição estivesse presente nos sete anos iniciais do processo, o resultado teria sido muito diferente? Na maioria das condenações, provavelmente não. Mas seria diferente nas penas, muitas das quais são tidas como “exageradas” no meio jurídico. E é provável que o ex-presidente do PT, José Genoíno Neto, que não deu nem recebeu propinas, tivesse sido absolvido. O ministro Luís Roberto Barroso, numa das sessões, chegou a fazer elogios a Genoíno.
Seja como for, o chamado “processo do mensalão” é um marco no judiciário brasileiro. Talvez pela primeira vez, gente muito poderosa foi condenada e mandada para a cadeia. Vamos ver o que acontece agora com o “mensalão mineiro”, que envolve o principal partido de oposição, o PSDB. O relator é o ministro Barroso.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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