50 mil reais: São Paulo anuncia programa de recompensa para prender bandidos perigosos.

O governo paulista anunciou, na última terça-feira (6 mai), um programa destinado a pagar recompensas para quem der pistas de bandidos envolvidos em crimes violentos. Basta acessar o site Web Denúncia e entregar o criminoso. Quem colaborar pode receber até 50 mil reais de prêmio, se a informação resultar em captura. Coisa semelhante já acontece em outros Estados, como no Rio de Janeiro.
Como sabemos, as polícias estão cada vez mais dependentes desse tipo de denúncia e das imagens de câmeras de segurança, que atualmente respondem pela maior parte da elucidação dos crimes, principalmente daqueles que têm destaque na mídia. Ou seja: não é que a polícia tenha aumentado seu poder de investigação. É que está cada vez mais apoiada nos meios eletrônicos e nas denúncias anônimas. Muitas vezes, os investigadores nem saem da delegacia: recebem a solução de bandeja.
No entanto, há muitos perigos nesse método, nem sempre confiável. Recentemente, no litoral paulista, uma denúncia na Internet levou ao linchamento de uma pobre mulher, supostamente “sequestradora de crianças”. Apesar de inocente, foi espancada até a morte. E é bom notar que não tinha havido nenhum sequestro de criança na cidade. O Secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, anunciou o programa de recompensas como se fosse uma grande notícia. Mas a ideia já tinha sido anunciada pelo governador Geraldo Alckmin em janeiro de 2002 – e nunca posta em prática.
Pior: fontes da própria polícia acreditam que a deduragem, remunerada com valores entre 5 mil e 50 mil reais, terá pouco ou nenhum efeito sobre os índices de criminalidade. Talvez resolva um ou outro caso, mas não muda o cenário alarmante.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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2 respostas para 50 mil reais: São Paulo anuncia programa de recompensa para prender bandidos perigosos.

  1. Pedro Tavarez disse:

    Isso é mais do que se paga a um policial por ano… rs

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