Israel diz que Brasil é “país insignificante” e “anão” na diplomacia mundial. Só porque o Itamaraty convocou o embaixador em Tel Aviv a dar explicações sobre o massacre em Gaza.

Foguete do Hamas disparado contra Israel.

Foguete do Hamas disparado contra Israel. Foto do jornal Valor.


Então, vejamos:
Israel é do tamanho do estado de Sergipe, o menor do Brasil. Tem 22 mil quilômetros quadrados de extensão territorial, enquanto nós temos mais de 8 milhões. O país possui uma população de aproximadamente 8 milhões de pessoas, das quais quase dois milhões são árabes. Nós somos 203 milhões de brasileiros. O Produto Interno Bruto (PIB) de Israel é de 243 bilhões de dólares. O PIB do Brasil é maior do que 2,253 trilhões de dólares (4,8 trilhões de reais em 2013). Somos a 7ª economia do mundo, à frente de Itália e Inglaterra, por exemplo.
O governo israelense se esqueceu: este “país insignificante” foi o primeiro do mundo a reconhecer a criação do estado judaico, em 1948, mantendo absoluta neutralidade em relação aos conflitos no Oriente Médio. Portanto, podemos convocar o embaixador para saber por que morreram 678 palestinos em ataques recentes e apenas 32 soldados israelenses, conforme O Globo de ontem (23 jul). O Itamaraty não discute o direito de Israel se defender de ataques terroristas, mas quer saber as razões pelas quais está bombardeando escolas e hospitais.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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12 respostas para Israel diz que Brasil é “país insignificante” e “anão” na diplomacia mundial. Só porque o Itamaraty convocou o embaixador em Tel Aviv a dar explicações sobre o massacre em Gaza.

  1. José Antonio Severo disse:

    Acho que a presidente Dilma tem razão quando mantém silêncio sobre a declaração do funcionário israelense. O Palácio do Planalto diz que não comenta porque no tal assessor de imprensa é de escalão muito abaixo do nível que mereceria uma consideração, quanto mais uma resposta. OU seja, é um ato sem importância, a não ser pela grosseria.

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    • Carlos Amorim disse:

      Logo depois, o Brasil votou, com outros 27 países, na Assembleia da ONU, para que fosse feita uma investigação sobre possíveis crimes de guerra na ofensiva israelense.
      Obrigado pelo comentário.

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  2. Helen disse:

    Eu sei que ofende, mas o gov. de Israel não disse nenhuma mentira. O Brasil é sim insignificante no âmbito da política internacional. Ninguém faz ou deixa de fazer algo porque o Brasil se opõe à algo ou apóia algo. Isso é fato. O Brasil pode tentar fazer pressão usando-se da pouca influencia que tem, mas nenhuma pressão diplomática que o
    Brasil exercer jamais poderá ser
    Comparada com o peso do Reino Unido ou EUA, por exemplo. Esses sim são os únicos que conseguem fazer alguma diferença naquela merda de pais chamado Israel. Os britânicos por
    causa da história – afinal foi a nação que por livre escolha abdicou do seu mandato para governar a região depois da segunda guerra e entregou tudo nas mãos da ONU, que por sua vez dividiu a região em duas partes e os nunca-satisfetos judeus pouco a pouco abocanharam tudo ou quase tudo dos palestinos. Os EUA pela enorme quantidade de dinheiro doada continuamente para sustentar a causa judia ( por judies americanos, evangélicos fanáticos e o próprio governo que claramente tem uma
    Agenda política semita!). Sem citar claro que o resto do mundo ouve o EUA e o Reino Unido. Enquanto o Brasil…

    Portanto, por mais que o patriotismo se exalte. Há verdades que nem mesmo o amor ao verde e amarelo podem apagar ou contestar.

    Parabéns pelo blog e obrigada por publicar.

    Helen

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    • Carlos Amorim disse:

      Obrigado pelo comentário. Este é um espaço livre para o debate de ideias.
      Continue participando.
      abs
      Camorim

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    • Marcio disse:

      A questão não é influenciar outros países, mas sim ser um país extremamente diplomático, e isto o Brasil é com toda a certeza, afinal de contas temos relações com todas as nações, inclusive aquelas pouco amadas pelo tio Sam.
      Pouco diplomatas são este outros países que você citou, que ficam omissos em situações como as que ocorrem em Gaza.

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      • Carlos Amorim disse:

        Estamos num seleto grupo de países que se relacionam com todos os outros. Somos uma nação que defende a autodeterminação dos povos. Por isso recebemos tantas críticas.
        Obrigado pelo comentário. continue participando.
        abs
        Camorim

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  3. Henrique disse:

    Amorim,

    O Brasil já chamou o embaixador brasileiro na Rússia?E o da Venezuela?E do Irã?

    Abs

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    • Carlos Amorim disse:

      Ainda não. Mas tenho esperança de que isso vá acontecer. Assim como não aceitamos o massacre de palestinos, não podemos aceitar outros tipos de massacre, como a liberdade de expressão e de opinião política.
      Obrigado pelo comentário. Continue participando.
      abs
      Camorim

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  4. ALBERTO disse:

    NO BRASIL TEM UM MONTE DE CORDIROS QUE MANDAM NO PAIS POR ISSO QUALQER PAISINHO FALAM E FAZEM O GUE GUER COM O NOSSO BRASIL

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  5. Carolina disse:

    Não dá para aceitar uma humilhação assim. Se a questão fosse inversa, o Brasil seria acusado de antissemita ou favorável a causa palestina. Parece que os direitos humanos e a dignidade para eles são uma via de mão única quando eles próprios são ou foram as vítimas. E o nosso país e o nosso povo não tem dignidade nem honra? Parece que esqueceram que há muitos que os detestam por um preconceito já sedimentado; eles próprios se permitem agir de forma arrogante e preconceituosa com o Brasil isso sem entrar no mérito da questão de Gaza.

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