Assessor de Dilma Rousseff diz que porta-voz israelense é “o sub do sub do sub do sub”, ironizando as opiniões de Yigal Palmor. Dilma quer que o MERCOSUL repudie massacre.

O conflito em Gaza, na foto de O Globo.

O conflito em Gaza, na foto de O Globo.

O assessor especial da Presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, o professor Marco Aurélio Garcia, durante solenidade no Planalto na manhã desta sexta-feira (25 jul), comentou as declarações do porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor. O diplomata havia classificado o Brasil como “país insignificante” e “anão diplomático”. (Ver o post anterior.) Garcia definiu o representante de Israel como “o sub do sub do sub do sub”. Alguém cuja opinião está muito longe de espelhar a posição de seu país. Ledo engano. Palmor não falaria à TV mundial sem aprovação, ainda que sutil, de seus chefes em Tel Aviv.
Perguntado por jornalistas se considerava “deselegante” a declaração do diplomata israelense, Marco Aurélio Garcia respondeu que não é “especialista em elegância”. O assessor de Dilma jogou um poço mais de gasolina nessa fogueira, enquanto a orientação do governo brasileiro é “esquecer esse assunto”. Ao mesmo tempo, o primeiro ministro israelense, Benjamim Netanyahou, recusava a proposta de cessar-fogo em Gaza, apresentada pelo vice-presidente americano, John Kerry. Pouco depois, aí pelas quatro horas da tarde, Israel admitiu uma trégua humanitária de 12 horas, para recolher os mortos e atender aos feridos. Nesta sexta-feira, 18º dia da ofensiva militar, a contagem das vítimas é a seguinte: 805 palestinos morreram, contra 35 militares israelenses e dois civis. O número de desabrigados na Faixa de Gaza chega a 160 mil.
O governo brasileiro, que já votou a favor de uma investigação sobre crimes de guerra em Gaza, na Assembleia Geral da ONU, agora quer que a reunião dos países do MERCOSUL, que começa amanhã, aprove uma moção conjunta de repúdio aos massacres de palestinos. Ou seja: pretende obter apoio no continente sul-americano para deixar a condição de “anão”. É bem provável que vá conseguir.

O porta-voz israelense que desqualificou o Brasil.

O porta-voz israelense que desqualificou o Brasil.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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