Gaza: mais de 1000 palestinos mortos, incluindo 261 crianças. No lado israelense, cerca de 40 mortos, dos quais apenas dois civis. Imprensa de Israel diz que a maioria da população deseja a paz. No Brasil, matamos três vezes mais.

A cara palestina da resistência.

A cara palestina da resistência.

O conflito entre Israel e os palestinos atinge proporções absurdas. No país de Netanyahou, segundo a imprensa local, a maioria da população deseja uma paz duradoura entre árabes e judeus. Mas ninguém sabe como fazer com que isso aconteça em bases justas para ambas as partes. E quais seriam essas bases justas? O fim dos ataques terrorista do Hamas contra Israel e a criação de um Estado Palestino na região. O próprio primeiro-ministro israelense já declarou que prefere travar uma guerra contra um Estado Palestino, daqui há dez anos, do que enfrentar o fantasma do terrorismo todos os dias. O problema é que há radicais em ambos os lados da fronteira.
O Hamas (em árabe, significa “Entusiasmo”) é o governo legal da Faixa de Gaza, tendo sido eleito pelo voto direto em janeiro de 2006. O Ocidente diz que o grupo radical islâmico é uma organização terrorista. Israel não reconhece a legitimidade do Hamas. E o Hamas não reconhece sequer a existência do Estado Judaico. Impasse total e inarredável. Por isso, as manifestações “políticas” dos dois lados se reduzem à violência: homens-bombas e foguetes do Hamas – tanques e aviões de Israel. Aqui, no Patropi, desde FHC, passando por Lula e Dilma, o Hamas não é descrito como “terrorista”. Ao contrário, é reconhecido como governo da Faixa de Gaza.
Na real, o que acontece nessa tragédia é que Israel não está em guerra contra o Hamas: a luta é contra os palestinos em geral, que elegeram esse grupo. E talvez essa seja a única explicação para o número extraordinário de civis mortos, inclusive 20% de crianças entre as baixas no lado palestino. Quando ocorreu a Guerra do Kosovo, no leste da Europa (segunda metade dos anos 1990, entre sérvios, bósnios e croatas), as forças ocidentais se mobilizaram para impedir o massacre de civis. E o impediram. Na Palestina, isso nunca aconteceu.

A cara de perplexidade do secretário-geral da ONU.

A cara de perplexidade do secretário-geral da ONU.

Aliás, como sou um jornalista um tanto ranheta, quero registrar: nos vinte dias de guerra, ocorreram pouco mais de mil mortes em Gaza, enquanto, aqui no Brasil, foram mais de três mil homicídios. Trezentos por cento a mais.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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