Comando Vermelho queria resgatar Fernandinho Beira-Mar durante julgamento no Rio. Descoberta do plano da facção criminosa impediu nova condenação do traficante.

Fernandinho Beira-Mar no tribunal. Imagem da Globonews.

Fernandinho Beira-Mar no tribunal. Imagem da Globonews.


A descoberta de um plano do Comando Vermelho (CV) para resgatar o traficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos fundadores da organização criminosa, levou a Justiça do Rio a suspender o julgamento, marcado para 26 de agosto, de mais um crime atribuído ao líder da facção. FBM, como é conhecido entre a bandidagem, seria levado ao fórum da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para responder por um homicídio cruel. Michel Anderson dos Santos, de 21 anos, desafeto do traficante, foi torturado até a morte em dezembro de 1999. Ele teve as mãos, os pés e as orelhas decepados com uma serra elétrica.
A desembargadora Nilza Bittar aceitou nesta quarta-feira (30 jul) um pedido do Ministério Público para impedir o julgamento, já que havia sérias ameaças de invasão do Tribunal do Júri de Caxias por homens armados. Além do mais, a promotoria alertava para o fato de que a facção criminosa é muito poderosa naquela região e poderia influenciar os jurados. Fernandinho está trancafiado no presídio federal de Catanduvas, interior do Paraná, em regime de isolamento. Até agora já soma penas de mais de 200 anos de prisão.
As leis brasileiras não aceitam a prisão perpétua. Seria o caso, já que ninguém sobreviveria a dois séculos de encarceramento. O máximo admitido pela Lei de Execuções Penais é a reclusão, em prisão fechada, por um período de 30 anos. FBM está perto de completar esse tempo de cadeia.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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