
O procurador Rodrigo Janot, ameaçado.
A Folha de S. Paulo publicou na edição online de hoje (26 fev) uma reportagem de Vera Magalhães, editora da coluna Painel, dando conta de ameaças à vida do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. De acordo com o diário paulista, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, citando fontes da Inteligência governamental, disse a Janot, em conversa particular, que segmentos radicais estariam tramando contra a vida do procurador. Na terça-feira da semana que vem, a Procuradoria vai enviar ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia que envolve dezenas de políticos no chamado “petrolão”, entre eles dois governadores e até mesmo lideres da oposição. Ninguém sabe ao certo, mas haveria deputados, senadores e ex-ministros envolvidos.
Ainda segundo a Folha, após a revelação, medidas de segurança foram acionadas para reforçar a proteção a Janot. E mais: o procurador teria realizado uma reunião “fora de agenda” com o Vice-Presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), para discutir o assunto. A divulgação de uma lista de mais de 30 políticos envolvidos nos escândalos de corrupção na Petrobras está provocando enorme desconforto no Congresso. Muitos observadores políticos já esperavam um acirramento da luta política, inclusive com conflitos de rua, que já começaram com o ato de defesa da Petrobras, no Rio, que cotou com a presença do ex-presidente Lula e que resultou em pancadaria e intervenção da tropa de choque da PM carioca.

O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Apesar de toda a confusão nos dois primeiros meses do novo governo de Dilma Rousseff, marcados por medidas econômicas recessivas, crescimento da inflação (inclusive por tais medidas), protestos de sindicatos e caminhoneiros, ameaças de “rachas” no PT e na base aliada, derrotas no Congresso (especialmente a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara), não era de se supor que ocorreriam ameaças terroristas. No entanto, quem observa o tabuleiro político (a oposição perdeu por apenas 3,27% dos votos válidos em outubro passado) já deveria saber que 2015 será um ano de fortes embates. E a perspectiva de violência não está afastada do cenário brasileiro.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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