
Agentes do DEA em ação.
O relatório da agência americana de combate às drogas, a Drug Enforcement Administration (DEA), traz revelações importantes sobre o tráfico e o consumo de substâncias ilegais nos Estados Unidos. A mais espantosa: overdose de heroína, cocaína, drogas sintéticas e remédios consumidos ilegalmente é causa de mais mortes do que aquelas provocadas por acidentes de trânsito. O relatório está baseado no trabalho de 1.226 agentes federais e das polícias estaduais.
O número de consumidores de heroína, de acordo com o DEA, crescer 37% entre 2008 e 2012. O uso de metanfetaminas, produzidas no México, também aumentou muito, sendo que o número de apreensões da droga triplicou nos últimos cinco anos. O DEA informa que a metanfetamina vendida no país atinge grau de pureza em torno de 90%, o que torna a substância poderosa. Em compensação, o preço a consumidor não sobe, o que poderia explicar o aumento do consumo. A cocaína, por outro lado, se mantém em altos níveis de consumo, porém sem sofrer aumentos significativos. As estatísticas chegam a apontar um decréscimo nas apreensões.

Plantação de maconha incendiada por agentes federais americanos.
A droga favorita dos americanos é a maconha, contrabandeada do México. Entre os consumidores, a cannabis sativa é responsável pelo maior número de atendimentos médicos de emergência (62% entre 2004 e 2011), superando a cocaína. A maconha tem sido consumida de forma menos tradicional: aparece como incenso, sais de banho, sabonetes etc. A cada ano a polícia apreende 1.4 milhões de quilos de maconha na fronteira com o México.
O consumo abusivo de medicamentos baseados em ópio (opiácios) tem crescido muito. Somado a outras medicações restritas (sedativos, analgésicos, estimulantes), os prejuízos causados por acidentes, faltas ao trabalho, seguros e perda de produtividade chegam a inacreditáveis 53 bilhões de dólares. O DEA informa que 6.8 milhões de pessoas acima de 12 anos abusam de remédios: 4.9 milhões usam analgésicos; 2.1 milhões abusam de tranquilizantes; 1.2 milhões exageram nos estimulantes; 270 mil usam sedativos. São todos viciados em drogas legais. Entre 2007 e 2011, o número de usuários de remédios baseados em ópio aumentou 81%.
‘ Os agentes do DEA, baseados em 2.9 milhões casos de usuários de drogas legais e ilegais que passaram pela polícia, chegaram à seguinte conclusão: 65,6% fumam maconha; 17% são viciados em analgésicos; 6,3% em inaladores; 4,1% em tranquilizantes; 3,6% em estimulantes; 2% em substâncias alucinógenas; 1,3% em sedativos; 0,1% em cocaína e 0,1% em heroína. Como se vê, o abuso de medicamentos é muito maior do que o consumo de entorpecentes. Em 2011, 278.481 pessoas procuraram tratamento em hospitais e clínicas por causa do consumo de heroína. O número total de usuários deve ser imensamente maior. Só no ano de 2011, foram registrados 180 mil novos usuários.

A maconha é a droga mais usada nos Estados Unidos.
Em 2013, a polícia apreendeu 12 toneladas de metanfetamina na fronteira com o México. No entanto, desde 2007, o DEA registra um decréscimo no uso de cocaína. Mas, só em 2011, meio milhão de pessoas procuraram tratamento. No mesmo ano, mais de 140 mil usuários precisaram de licença médica por causa da cocaína.
No Brasil nunca foi feito um estudo tão abrangente. Mas o cenário deve ser terrível: somos o primeiro consumidor mundial de crack e o segundo de cocaína em pó.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.