
A derrubada do avião no Peru, em foto da Folha/UOL.
Por meio de uma nota oficial do Itamaraty, a mídia brasileira tomou conhecimento de que um avião Cesna, monomotor, prefixo CP 2914, foi abatido a tiros pela Força Aérea peruana. O aparelho, pilotado por Asteclínio da Silva Ramos, era suspeito de tráfico internacional de drogas. O abate foi no dia 17 de abril, mas só agora a notícia chegou à nossa valorosa imprensa. A propriedade do avião não foi revelada (ou não foi descoberta), mas o piloto brasileiro foi ferido duas vezes, em um dos braços e no abdômen. Tiros de calibre 7.62mm. No Peru, assim como no Brasil, há leis que autorizam a derrubada de aeronaves suspeitas. No caso do CP 2914, não foram encontradas drogas ou resíduos de drogas no avião.
O piloto brasileiro foi localizado na mata, perto do local da queda. Com ele estava um colombiano. Ambos foram presos. Parece mesmo uma operação suspeita. Mas não há provas de tráfico. Asteclínio foi levado a um hospital em Lima, a capital peruana, e operado. Ele passa bem, mas o caso continua um mistério. Aos 28 anos, o piloto brasileiro, que obteve o brevê em 2013, não tinha antecedentes criminais. Como se sabe, as rotas do tráfico de cocaína passam pelo Peru, a Colômbia (e havia um colombiano a bordo) e a Bolívia. Mas não há provas no caso.
Tudo indica que a aviação de combate peruana estava com um dedo leve no gatilho. Ou já tinha registrado precedentes, que não conhecemos. De todo modo, esse Asteclínio está sob os cuidados da Defensoria Pública do país vizinho e já foi visitado pelos nossos diplomatas. Vamos ver no que dá. Não é todo dia que se derrubam aviões por aqui, em terras bolivarianas.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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