Repórter da Folha de S. Paulo, em Londres, revela trágico equívoco da polícia britânica ao matar o brasileiro Jean Charles de Menezes. Ele foi confundido com um perigoso terrorista islâmico.

jean charls 01

Uma reportagem na edição online da Folha de hoje (22 de jun), assinada por Leandro Colón, correspondente do diário paulista em Londres, revela que a Scotland Yard matou Jean Charles de Menezes por engano. O mineiro, de 27 anos, foi confundido com um perigoso terrorista da Al-Qaeda. No dia 22 de julho de 2005, uma equipe da polícia britânica disparou 7 tiros contra Jean, a maioria na cabeça, dentro de um trem do metrô londrino, na estação de Stockwell, centro da capital inglesa. Londres, nos dias anteriores, havia sofrido violentos ataques terroristas.

Jean Charles de Menezes foi confundido com Osman Hussain, extremista islâmico procurado pelas forças de segurança do Reino Unido. Ao se aproximar do brasileiro no metrô londrino, os policiais não fizeram nenhuma pergunta, disparando para matar. Jean era um imigrante em situação duvidosa na Inglaterra, supostamente um clandestino. Fazia “bicos” como eletricista, em obras na capital, para sobreviver. Portava uma mochila nas costas, na qual os policiais achavam que havia uma bomba. Por isso atiraram na cabeça, para não dar a ele o tempo de acionar um detonador que não existia.

Os pais de Jean Charles, no interior de Minas.

Os pais de Jean Charles, no interior de Minas.

A Scotland Yard não encontrou nada comprometedor no interior da mochila, de acordo com a matéria da Folha. Muito menos uma bomba. Havia até uma ilustração de Nossa Senhora Aparecida, provavelmente obtida na basílica do interior de São Paulo. Os policiais que o mataram foram absolvidos. E o governo britânico fez um acordo com a família de Jean Charles de Menezes, um pessoal humilde de Gonzaga, no interior mineiro. Os valores jamais foram revelados. O crime foi há dez anos.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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