
A morte de pessoas, em câmeras de segurança, em Osasco.
O militar Fabrízio Emanuel Eleutério, suspeito em cinco casos de execuções sumárias, que seria integrante de um grupo de extermínio na região de Osasco, área metropolitana de São Paulo, é apontado pela Corregedoria da PM como um dos 20 elementos envolvidos na chacina do dia 13 de agosto, quando 18 pessoas morreram e outras 6 ficaram feridas a bala. Teria sido uma vingança indiscriminada contra a execução de um sargento da PM e um guarda civil metropolitano (GCM) de Barueri. Nesta quinta-feira (27 ago), Fabrízio teve prisão preventiva decretada e foi mandado para um presídio.
No entanto, o militar apresenta um álibi consistente: durante o massacre, estaria na casa da namorada, em Osasco, em companhia de outras duas testemunhas. Teria feito ligações com um celular (que podem ser rastreadas) e mandado MSN digitais para uma série de pessoas (que também podem ser rastreadas). Mas nada impede que tenha deixado o aparelho celular com alguma terceira pessoa, que teria feito as ligações e as mensagens para construir um álibi. Fabrízio garantiu que ele e as testemunhas comeram pizza e assistiriam a um filme na TV.

A Rota, força de elite da PM paulista, suspeita.
Ou seja: vai ser muito difícil provar que o PM tenha estado nos locais dos crimes. Justamente porque os grupos de extermínio são constituídos por policiais e ex-policiais, que conhecem os meandros da lei, é difícil investigar. Esse pessoal sabe como dissimular as provas. Iludir a perícia criminal. E confundir os investigadores. Hoje, quando se declarou a morte da 19ª vítima, fica tudo mais complicado. Parece que a chacina vai ficar impune. A menos que surjam fatos novos, como uma delação premiada.
Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que a delação premiada no caso da “Operação Lava-Jato” é legal. Mais ainda: a Suprema Corte manifestou entendimento no sentido de que cabe recurso de habeas corpus, pela primeira vez, para decisões do STF. Isto quer dizer: os ministros do Supremo Tribunal são falíveis, podem errar. Portanto, cabe recurso na última corte de Justiça do país. Isto terá implicações sobre centenas de milhares de processos penais.
A chacina de Osasco e Barueri será apenas um pequeno acontecimento na legislação brasileira.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Um absurdo meu caro, um absurdo!
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