Astro do cinema conta como foi o encontro com o maior traficante do mundo. Sean Penn publicou artigo na revista Rolling Stone dizendo que o bandido mexicano queria fazer um filme sobre a própria vida.

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A revista Rolling Stone publicou a história da incrível entrevista.

                                            Na última sexta-feira (8 jan), uma força de elite da Marinha mexicana invadiu uma casa na pequena cidade de Los Mochis, província de Sinaloa, interior do México. Lá estava escondido o maior traficante do mundo, Joaquin Guzmán, conhecido como “El Chapo”, que havia fugido de uma penitenciária de segurança máxima (ver post de 12 de julho de 2015). Guzmán é o poderoso chefão do Cartel de Sinaloa, o maior exportador mundial de drogas da atualidade. Só com o tráfico para Estados Unidos e Canadá, os maiores consumidores planetários de cocaína e maconha, o negócio rende 5,4 bilhões de dólares ao ano.

                                            Durante a ação militar (lá as Forças Armadas estão na linha de frente do combate ao tráfico), cinco suspeitos foram mortos e um soldado ficou ferido. O intenso tiroteio durou cerca de uma hora. Para chegar até “El Chapo”, os federais mexicanos seguiram uma pista inusitada: o bandido queria fazer um filme a respeito da sua vida, semelhante ao que foi feito com Pablo Escobar, tanto na telona quanto na televisão. Extremamente vaidoso, o traficante procurou ninguém menos que Sean Penn, o super astro de Hollywood. O contato com o ator americano foi feito por uma das estrelas da TV mexicana, a belíssima atriz Kate del Castillo. Sean Penn e Guzmán se encontraram secretamente em 2 de outubro do ano passado.

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“El Chapo”, logo após a prisão.

                                            Curioso: logo após a entrevista, uma enorme operação policial-militar foi desencadeada na região de selvas no centro do México, justamente na área em que Sean Penn e o traficante se reuniram. A atriz Kate Castillos passou a ser seguida. O resultado da investigação foi a captura do bandido, três meses depois. Ele está condenado a 20 anos de prisão no México e é processado em seis estados americanos, por tráfico de drogas e homicídio. Agora o governo dos Estados Unidos quer a extradição de Guzmán.

                                            Toda essa aventura cinematográfica foi confirmada pelo próprio Sean Penn, que no último sábado (9 jan) publicou um artigo na revista Rolling Stone, a mais famosa do mundo das celebridades. No texto, revela os bastidores da entrevista, mas avisa que alguns nomes foram trocados por motivos de segurança. Sean Penn quis livrar a própria cara, deixando claro que não teve nada a ver com a prisão do traficante. E o DEA, agência americana de combate às drogas, tratou de informar que o ator não ajudou na investigação. A história completa, inclusive com imagens, pode ser vista em http://www.rollingstone.com .

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Kate Castillos.

                                            Duas vezes vencedor do Oscar, Sean Penn é ator, produtor, diretor e roteirista de cinema. Em 1980, casou-se com Madona. Ele é acusado de agredir a cantora com um taco de baseball e de mantê-la em cárcere privado para obter favores sexuais degradantes da mulher, segundo a Wikipédia. É conhecido como ativista e crítico da política externa americana. Esteve, inclusive, no funeral de Hugo Chaves.  Sean Penn já passou um tempo no Brasil, em 2007, na Amazônia, quando dirigiu o filme “Into the Wild” (“Na Natureza Selvagem”).  Milionário, o californiano Sean Penn está envolvido em movimentos humanitários ao redor do mundo. É apontado como um dos melhores atores da história do cinema.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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