
Lula discursa na Avenida Paulista. Imagem do portal Folha.
Centenas de milhares de pessoas atenderam à convocação do PT e de movimentos sociais para defender o governo Dilma e o ex-presidente Lula. As manifestações ocorreram em 54 cidades do país, incluindo as capitais. O protesto foi bem menor do que as mobilizações contra o governo, ocorridas no domingo passado. Mas foram grandes o bastante para mostrar que o PT está vivo e tem capacidade de reação. O próprio Lula foi à concentração na Avenida Paulista, onde discursou para a multidão. Disse que o país não vai aceitar nenhum golpe. Para a imprensa mundial, o país está à beira de um abismo.

Manifestações a favor do governo em 54 cidades do país.
Além do PT e do PCdoB, que organizaram o movimento desta sexta-feira (18 mar), a chamada Frente Brasil Popular levou às ruas a CUT, a UNE, a UEE, o MST, o MTST e muitos sindicatos. Ao contrário do que se imaginava, as manifestações foram tranquilas. Não se registraram episódios de violência, apesar de um forte aparato policial. E a cor dos protestos mudou de verde e amarelo para vermelho e branco. As manifestações deixam claro que o país está mesmo dividido. Mostram também que a esquerda vai reagir ao que chama de golpe.

Protesto em Brasília. Imagem do portal Folha.
Mas a sexta-feira reservava uma péssima notícia para o governo e para Lula: o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar a uma ação do PSDB e do PPS cancelando a posse do ex-presidente como Ministro Chefe da Casa Civil. Pior: devolveu Lula ao juiz Sérgio Moro, já que ele deixa de ter prerrogativa de foro. Gilmar Mendes disse que há indícios de fraude processual, de modo a impedir, com a nomeação, que Lula enfrente a justiça. O ministro do STF, em várias ocasiões, deixou claro que não gosta de Lula, nem de Dilma e muito menos do PT. Quando presidiu a Suprema Corte, foi chamado pela revista Veja de “chefe da oposição”, pecha que o magistrado rejeita.
A decisão de Gilmar Mendes é provisória, como qualquer liminar. Lula pode recorrer ao plenário da corte. Mas isso demora. E enquanto demora, ele pode ser preso. Muita gente acredita que a prisão pode ser decretada a qualquer momento. Está nas mãos de Moro.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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