
Dilma será impedida sem acusações pessoais de corrupção. Enquanto isso…
Todos os esforços de Dilma Rousseff para escapar do impeachment fracassaram. Até agora. Perdeu em todas as modalidades políticas. Ela sabe que está tudo acabado. Até o PT procura se descolar de Dilma, que nunca foi uma figura de destaque no partido. O PT, inclusive, é contra a convocação imediata de eleições gerais, saída elegante proposta pela presidente. Neste sentido, a nosso ver, o partido comete mais um erro histórico. Lula seria eleito, como dizem as pesquisas.
Observadores da cena política esperam que Dilma renuncie antes do julgamento final, para poder se candidatar a um cargo eletivo em 2018. A mídia diz que ela já tem planos de passar um bom tempo fora do país. Até poder se candidatar pelos prazos legais. O impeachment é dado como certo: a votação de hoje (10 ago) no Senado, por 59 a 21, é clara como água.
Enquanto isso, o governo provisório de Michel Temer, autoproclamado “de salvação nacional”, continua fazendo favores à maioria conservadora no Congresso, em busca de uma tal “governabilidade”. Gasta dinheiro a rodo, endividando o futuro presidente eleito e o país. Temer, supostamente, não poderá se candidatar em 2018, porque tem condenação em segunda instância do Tribunal Eleitoral paulista, em razão de doação ilegal a um candidato. Estaria enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Os apoiadores dele no Congresso já falam em mudar a lei para garantir que ele possa se candidatar. Em um Parlamento onde um senador já disse que pode nomear até uma melancia para o quadro de funcionários, aprovar a alforria de Temer parece tarefa simples.
Este é o Brasil Olímpico.
Difícil mesmo é consertar a economia, em crise há três anos e que já destruiu milhões de postos de trabalho, enquanto as empresas ainda anunciam lucros. Difícil é conter a Lava-Jato, que agora bate no portão do PSDB. O tucanato está em pânico com as acusações feitas por empreiteiros contra José Serra. Um dos fundadores da Ação Popular, grupo de esquerda católico, presidente da UNE, exilado, governador de São Paulo, deputado, prefeito, senador, atual Chanceler do Brasil de Temer, Serra é acusado de ter recebido 23 milhões de reais durante campanha eleitoral. Dinheiro de caixa 2, sem nota fiscal. Pela lei, caixa 2 é crime. As empreiteiras OAS e Odebrecht estão firmando delação premiada (ou acordo de leniência, se preferirem) em que o alvo seriam os tucanos e o próprio presidente Temer.
Como diz o ditado popular: “Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão!”
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.