Comitê Olímpico tenta impedir na justiça protestos contra o governo durante os jogos. Tenta e não consegue. Liminar de juiz federal garante o “Fora Temer” nas arquibancadas.

 rio 2016 05

                                   A polícia, arbitrariamente, retirou 12 torcedores das arquibancadas do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, no último sábado, quando exibiam para as câmeras cartazes contra o presidente Michel Temer. Uma decisão liminar do juiz federal João Augusto Araújo garantia o direito de expressão política aos torcedores. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) recorreu e perdeu. Mas insiste em calar os torcedores, agora com recurso em instância superior. Com frequência, nos estádios de futebol, o público costuma mostrar o “Cala Boca, Galvão”. E a Globo nunca tentou uma medida judicial. Por que não falar contra Temer – e com melhores motivos?

                                   É bom lembrar que o presidente interino, durante a abertura dos Jogos Olímpicos, sequer foi anunciado como presidente do Brasil, coisa que de fato não é – ainda. Fez discurso de alguns segundos e sentou-se rapidamente, com medo da vaia estrondosa, imediatamente abafada com música e fogos de artifício.  Agora o COB quer obter uma ordem judicial? Ridículo. Coisa de republiqueta.     

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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4 respostas para Comitê Olímpico tenta impedir na justiça protestos contra o governo durante os jogos. Tenta e não consegue. Liminar de juiz federal garante o “Fora Temer” nas arquibancadas.

  1. José Antônio Severo disse:

    Amorim: realmente o Brasil inova em matéria de olimpíadas, quando um juiz derruba numa penada um acordo com 3.000 anos e que foi respeitado por todos os países sedes desde que os jogos voltaram a ser realizados. O espírito olímpico determinava que todas as rivalidades e inimizades entre as cidades gregas seriam esquecidas durante os jogos. E havia coisas bem piores do que as intolerâncias do Brasil atual, disputadas na espada e na lança, a ferro e fogo. Quando voltaram os jogos o barão de Cupertain reabilitou essa tradição, pois vivia-se um mundo conturbado e as lutas políticas e os confrontos ideológicos eram tremendos no final do Século XIX. Pois bem, agora o Brasil me vem com esta… é a consagração da ignorância e da prepotência, pois o Comitê Olímpico, efetivamente, não pode fazer nada concretamente. Apenas vai registrar esta mancha no espírito Olímpico.

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  2. Cacau disse:

    Caros amigos, o link do Globo tem uma informação interessante. Não sou nenhum intelectual, mas leio quase tudo o que me passa pelas,já, velhas vistas. O link é sintomático.
    http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/08/rio-2016-diz-que-nao-vai-tolerar-cartazes-de-protestos-politicos.html

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    • Carlos Amorim disse:

      Severo e Cacau:
      não há como comparar as rivalidades entre Atenas e Sparta ou Tróia com a mesquinharia da política brasileira, Em BH, seguranças chegaram a dizer aos torcedores:
      “falar contra Temer, pode – contra a Globo, não!”. É um pouco demais para o meu saco.
      abs
      Camorim

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