
O advogado Luís Carlos dos Santos. Reprodução da TV Globo.
Mais de 700 policiais e integrantes do Ministério Público paulista saíram às ruas da capital e do interior ao amanhecer desta terça-feira (22 nov). A missão: executar 41 mandados de prisão, 40 dos quais contra advogados que seriam ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do país. Trinta foram presos, entre eles Luís Carlos dos Santos, vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), órgão ligado à Secretaria de Justiça de São Paulo. Fontes da polícia paulista insistem que Santos chefiava um núcleo do PCC chamado de “Célula R”, que dava assistência legal a 14 líderes presos da facção.
Os investigadores passaram mais de um ano monitorando o grupo de advogados. Eles afirmam que a ”Célula R”, também conhecida como “Sintonia das Gravatas”, se encarregava de transmitir ordens de dentro dos presídios para integrantes do PCC que agem nas ruas. Luís Carlos Santos, segundo a polícia, fazia um trabalha de informação para a organização criminosa, “divulgando notícias falsas na grande mídia”, como me contou um delegado. O grupo usaria contas bancárias para movimentar o dinheiro da facção e manteria um banco de dados com detalhes da vida de agentes penitenciários e de suas famílias.
A operação policial de hoje mostra o grau de sofisticação do PCC, uma organização criminosa que o governo paulista insiste em dizer que não existe. A prisão de Luís Carlos dos Santos provocou reações: a OAB paulista está acompanhando o caso, “para garantir que não haja constrangimento” para os advogados detidos; entidades ligadas aos direitos humanos se manifestaram no sentido de que o Condepe é uma instituição séria e de que Santos tem uma história de denúncias contra violência policial, inclusive contra grupos de extermínio, dando a entender que ele poderia estar sendo vítima de coação.
O governo de São Paulo, em entrevista coletiva, informou que as provas contra o grupo preso hoje “são consistentes”. Além dos 30 advogados, outras cinco pessoas também foram detidas. Cerca de 67 promotores públicos acompanharam a operação da força-tarefa.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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