
Praia de Copacabana. Foto da Agência Brasil.
Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo (4 dez), em manifestações contra a corrupção e em apoio à Lava-Jato. Com bandeiras do Brasil e camisas amarelas, as concentrações estiveram presentes em 18 estados. Não houve confrontos. Na Avenida Paulista, quartel-general da oposição a Dilma e ao PT, a Polícia Militar foi aplaudida. Grupos que apoiam a intervenção militar no país estiveram presentes no Rio e em São Paulo. Os protestos foram convocados pelo que agora se chama de “nova direita”, incluindo os partidos que apoiam o governo Temer, como o PSDB, DEM, PPS e o próprio PMDB, além de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL).
Em todos os lugares, de modo aparentemente coordenado, os manifestantes pediram a cabeça de Renan Calheiros, presidente do Senado, e pouparam Michel Temer. Cartazes de “Fora Temer” não apareceram em nenhum dos protestos. No entanto, os deputados que defenderam a destruição das “10 medidas contra a corrupção” não foram poupados, entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os Bolsonaros e Ronaldo Caiado foram vistos nos protestos, que contaram até com a atriz Regina Duarte, que foi à Paulista com camisa da seleção. Sérgio Moro e os procuradores da Lava-Jato receberam aprovação total dos manifestantes.

Apoio a Moro e à Lava-Jato. Foto da Agência Brasil.
Curioso: os institutos de pesquisa, como o Datafolha, ao contrário do que acontecia durante a campanha do impeachment, não fizeram estimativas das multidões. Até 20h07, quando escrevo, não encontrei os números do protesto. Vendo pelos canais de notícias, as manifestações, apesar de expressivas, foram bem menores do que as anteriores. Mas deixam bem claro o crescimento e a articulação nacional da ‘nova direita”.
O Planalto recebeu com alívio o resultado do movimento, ao contrário da quebradeira que se viu em frente ao Congresso na semana passada. Aquilo assustou o governo. Mas os colaboradores mais próximos de Temer estão preocupados com a reação de Renan Calheiros, o alvo dos protestos. Eles imaginam que o presidente do Senado vai adiar para o ano que vem a votação das medidas econômicas. Isto é muito perigoso para os planos do Planalto, porque legislação fiscal não se aplica ao ano em curso. A reforma da previdência, por exemplo, só entraria em vigor em 2018, ano de eleições presidenciais, quando todo o cenário político sofre uma paralisia.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
Esse post foi publicado em
Politica e sociedade. Bookmark o
link permanente.