165 parlamentares, 5 ministros e 10 governadores estão na “lista do Janot”. O número total de suspeitos é de quase 400 pessoas. São acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes e formação de quadrilha.

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Rodrigo e Eunício sob acusações da PGR. Imagem do portal Viamundo.

 

                                   Quase um terço dos parlamentares federias brasileiros foram acusados de crimes pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre os 6 senadores acusados, há nomes de peso: Aécio Neves (PSDB-MG, ex-candidato à presidência) José Serra (PSDB-SP, ex-candidato à presidência, ex-ministro de Temer), Romero Jucá (PMDB-RR, ex-ministro de Temer), Édson Lobão (PMDB-MA, presidente da CCJ do Senado), Renan Calheiros (PMDB-AL, ex-presidente do Senado), Aloísio Nunes (PSDB-SP, chanceler do governo Temer). Eunício de Oliveira, atual presidente do Senado, também está na lista. Da mesma forma, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Lula e Dilma estão igualmente sob o crivo da PGR, com pedidos de abertura de inquérito criminal na justiça federal de primeira instância. Ou seja: nas mãos de algum Sérgio Moro.

                                   As acusações atingem 10 governadores e outros quatro ministros de Temer: Eliseu Padilha (PMDB-RS), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB-RJ), da secretaria geral da presidência; Gilberto Kassab (PSD-SP), de Ciência e Tecnologia; Bruno Araújo (PSDB-PE), do Ministério das Cidades. É um desastre de proporções nunca vistas na cena política brasileira. Se isso for levado a sério, sobra apenas uma pessoa na linha de sucessão: a ministra Carmem Lúcia, presidente do STF. Está criada uma balburdia ensurdecedora. O quadro é tão grave, que pode ensejar um novo golpe no país, desta vez rompendo o manto constitucional. É um tabuleiro perigoso, onde se movimentam peças ignorantes e radicais.

                                   Enquanto isso, nossos nobres políticos se movimentam para aprovar leis que os defendam das acusações formuladas pela PGR, como o caixa 2 (criminoso) de campanhas eleitorais. E querem fazer isso de uma maneira travestida de “reforma política e eleitoral”. Trata-se de um disfarce para anistiar os crimes eleitorais e a lavagem de dinheiro que praticaram nos últimos 30 anos, na vigência da chamada Nova República.

                                   Na Itália, durante a “Operação Mãos Limpas”, tida como semelhante à Lava-Jato, apenas 40% dos acusados sofreram algum tipo de punição. Repito: algum tipo de punição – e não necessariamente penas de prisão. Os políticos italianos, para se salvar, aprovaram leis de proteção a seus cargos e a suas pessoas físicas. E tudo resultou na eleição do ultraconservador Silvio Berlusconi como primeiro-ministro do país, um homem acusado de ligações com o crime organizado.

                                   O roteiro da farsa já está escrito. Vamos ver o que acontece.  

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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3 respostas para 165 parlamentares, 5 ministros e 10 governadores estão na “lista do Janot”. O número total de suspeitos é de quase 400 pessoas. São acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes e formação de quadrilha.

  1. Eduardo Krüger disse:

    Colega, o crime de Formação de Quadrilha não existe mais no Código Penal.

    Abs

    Enviado pelo meu Windows Phone
    ________________________________

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  2. Luiz Proença disse:

    Carlos Amorim, boa tarde.

    Como eu faço para entrar em contato diretamente com o Sr?

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