Temer assina decreto extinguindo reserva ambiental de 4 milhões de hectares na Amazônia. A medida é para beneficiar mineradoras e políticos do Norte do país. Gisele Bundchen protestou no Twitter.

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A modelo disse que decreto de Temer é “uma vergonha”. .

                                   O decreto foi publicado ontem (23 ago) no Diário Oficial da União. Não teve nenhuma publicidade por parte do governo de Michel Temer. Ao contrário: se pudesse, seria um decreto secreto, porque talvez esconda interesses duvidosos. A Reserva do Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados) tem 4 milhões de hectares de matas e grandes rios, entre os estados do Amapá e do Pará. Na região há ao menos quatro áreas de proteção ambiental e duas reservas indígenas. Foi o último general-presidente do ciclo militar, João Figueiredo, quem criou a reserva, em 1984. Serviria para proteger fauna e flora e manter sob a proteção do Estado uma inacreditável quantidade de minerais precisos. Ouro, ferro, cobre e urânio são abundantes naquela região.

                                   A decisão de Michel Temer, dizem as más línguas, foi em troca dos votos da bancada do Norte para impedir a abertura de inquérito criminal, no STF, contra o presidente. Parece incrível, mas nessa terra de meu Deus tudo vale. Deputados federais e senadores do Amapá e do Pará, representando interesses de grandes mineradoras, estariam por trás da negociata. Parece ser a primeira vez que uma reserva ambiental na Amazônia é extinta por ato do próprio governo, que deveria preservar as riquezas naturais brasileiras. Grupos ambientalistas e parlamentares da oposição já se movimentam para recorrer à Suprema Corte.

                                   A gritaria dos defensores da natureza, no exterior, já começou. A notícia está nas primeiras páginas e nas TVs. Até a modelo Gisele Bundchen pôs a boca no trombone do Twitter: “É uma vergonha! Estão leiloando a nossa Amazônia”. A gaúcha é uma ativista ambiental. O caso já chegou às Nações Unidas. É inacreditável: Temer, que já não governa nem a base parlamentar dele, troca riquezas do país para continuar no Planalto por mais um ano.

                                   Foi por isso que bateram tantas panelas?     

 

 

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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