
O ministro Luís Roberto Barroso autoriza abertura de inquérito contra Temer. Imagem TV Justiça.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou hoje (12 set) a abertura de inquérito criminal contra o presidente Michel Temer. O mandatário da República teria beneficiado empresas que atuam no porto de Santos. Caso clássico de corrupção. Para piorar: relatório da Polícia Federal diz que Temer está ligado ao “quadrilhão”, organização criminosa ligada à cúpula do PMDB, que saqueou o país durante os últimos 20 anos. Crime continuado. Serial killer. O governo Temer reúne a maior quantidade de suspeitos de crime em toda a história do país. Gedel Vieira Lima, amigo e companheiro do presidente, foi flagrado com 51 milhões de reais escondidos em um apartamento em Salvador. Diga-se: já estava preso em condição domiciliar – e sem tornozeleira. O tesouro estava a apenas 1 quilômetro da casa dele. Ou seja: continuava cometendo crimes. Outros de seus ministros, aparentemente, estão na mesma situação.
Eduardo Cunha e Michel Temer, com apoio de Gedel, Moreira Franco e Eliseu Padilha, comandaram a rebelião do “centrão”, no ano passado, que resultou no golpe parlamentar que derrubou a presidente Dilma Rousseff. O “centrão”, também conhecido como “baixo clero” no Congresso, é um grupo de cerca de 300 parlamentares que vive de abusos do mandato. Legislam em causa própria, defendem interesses regionais escusos. Sobrevive à custa de coligações partidária para apoiar candidatos em troca de tempo de propaganda eleitoral e uso abusivo do funda partidário, que reúne quase 1 bilhão de reais. O “centrão” está sempre à venda, especialmente com a obtenção de cargos no governo e por meio de liberações das “emendas parlamentares ao orçamento da União”, as maiores fontes de corrupção no país.
É claro que Dilma e o PT cometeram todos os erros que poderiam cometer. Não estavam à salvo das negociatas políticas. Erraram demais. O partido da ética na política se confundiu com a porcaria ao redor. Achou que, para governar, deveria aderir ao lamaçal. Resultado: o PT foi quase destruído. Nas eleições municipais de 2016, caiu da segunda para a décima posição. Mesmo assim, o Partido dos Trabalhadores não se alinha às forças que querem a deposição de Michel Temer. Não apoiou a convocação de eleições diretas. Quer esperar o fim desse governo calamitoso para tentar eleger Lula em 2018, porque o eterno candidato do partido ainda é o melhor avaliado nas pesquisas de opinião pública. Se escapar da Lava Jato, Lula vence a eleição. Mas essa perspectiva é quase remota.
O plano B de Lula é com Fernando Haddad.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Claro que a questão não é só partidária ou de quem errou mais, mas de um mergulho profundo mas estruturas moldadas desde a chegada de Dom João que há 200 anos beneficia de forma escancarada uma cota de políticos e suas famílias. Mantém o país no obscurantismo educacional e de desenvolvimento social e democrático. Imobilizar este gigante círculo de corrupção é que é o grande desafio.., e muitos ainda falam de patos, que andam nas avenidas ou nos lagos.
O buraco é grande e agora está na superfície.
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