Greve de metroviários em São Paulo paralisa metade das linhas e deixa centenas de milhares de pessoas sem transporte. O movimento é contra a privatização de duas linhas, o que dá à greve um caráter político. Parece o início da campanha “eleições sem Lula é fraude”.

 

                                   Os sindicatos que representam os metroviários paulistas, fortemente influenciados pelo PT e outros movimentos de esquerda, decretaram a greve na noite de quarta para a quinta-feira (18 jan). Não houve divulgação e a população foi surpreendida pela paralisação. Motivo: protestar contra a privatização de duas das mais importantes artérias de deslocamento subterrâneo em Sampa. O Metro e a CPTM (companhia de trens urbanos) respondem pelo maior deslocamento sobre trilhos do país. Algo como dois milhões e meio de passageiros por dia.

                                   Segundo os sindicatos das categorias, o projeto de privatização vai resultar em milhares de demissões de trabalhadores do setor. O leilão das duas linhas do Metro paulista está previsto para esta sexta-feira (19 jan). O governo Alkmin diz que não. Não haverá demissões. Mas ninguém acredita. A paralisação dos metroviários provocou um caos na pauliceia. No entanto, observadores independentes acreditam que o movimento é uma espécie de senha para a grande mobilização pró-Lula, que será julgado pelo TRF-4 no dia 24. Seria o início do enfrentamento contra Temer e o esquema ultraconservador que se aboletou no poder.

                                   Não há como confirma tal hipótese. Mas parece provável. O TRF-4 ainda discute o adiamento do julgamento de Lula em segunda instância, por motivos de segurança, que o impediria de concorrer este ano. O movimento dos metroviários, em São Paulo, se for o ponto de partida da resistência, em nível nacional, pode levar todo o país ao caos. Por outro lado, o governo questionável de Michel Temer quer o julgamento no dia 24. Para afastar de si as acusações de corrupção. Teria, afinal, uma pauta política dedicada a outro.

 

   

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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  1. Annelise disse:

    Realmente este é um momento delicado para um país que foi insuflado pela mídia e redes sociais a criar um revanchismo e uma cultura de ódio ideológico, de ambas partes. O bom senso já não encontra muito espaço! Talvez estejamos olhando apenas a eventos isolados usando uma luz de velas. Mas também podemos estar, com certo descaso, olhando a vela que poderá acender um pavio que irá percorrer pelo país. E não saberemos onde irá explodir. Talvez comece em POA. É preciso atenção!

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