Apoiadores de Lula começam a montar um enorme acampamento em Porto Alegre, a um quilômetro do TRF-4, que deve julgar o ex-presidente na quarta-feira. Centenas de militantes do MST estão envolvidos na obra. As autoridades locais estimam que 450 ônibus, com mais de 22 mil manifestantes, chegarão ao acampamento nesta segunda-feira.

lula X moro na 4a feira

                                   As estimativas mais pessimistas dão conta de que mais de 50 mil manifestantes devem acompanhar o julgamento de Lula no TRF-4. A Frente Brasil Popular, que reúne 88 partidos e movimentos de esquerda, promete cercar a corte de segunda instância em Porto Alegre. O que está em jogo é a confirmação ou não da sentença do juiz Sério Moro, que condenou o ex-presidente a nove anos e meio de prisão por causa do triplex do Guarujá. No meio jurídico, o triplex é considerado um caso muito fraco, do ponto de vista legal. Até porque este mesmo apartamento já foi arrestado pela justiça federal como garantia de dividas da Construtora OAS, a verdadeira proprietária do imóvel. O nome de Lula nunca apareceu nessas transações. Não há documento – nem certidões públicas.

                                   Mas, vamos lá:       

                                   Sérgio Moro decidiu que não poderia ter sido outra coisa: Lula teria recebido (teria) o apartamento em troca de favores relativos à OAS, em troca de contratos milionários com a Petrobras. Mas não há um único documento sobre isso, a não ser uma delação premiada de um executivo da OAS. No entanto, os observadores independentes, como eu, acreditam que Lula será condenado em segunda instância, por 2 votos a 1. E não será preso. Continuará candidato em 2018. A questão se reverterá ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE).  No STF, Lula tem uma boa chance. A partir de hoje (22 jan) são esperados protestos em vários pontos do país.  

                                   Tudo isso só vai se resolver às vésperas do pleito eleitoral de 2018.      

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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