Manifestantes ocupam o centro de Porto Alegre. Prédios públicos foram esvaziados e empresas dispensaram funcionários. 4.500 homens da Brigada Militar estão nas ruas e o Exército está em prontidão. O espaço aéreo foi fechado por ordem dos militares. É o cenário para a condenação de Lula.

dilma em porto alegre

Dilma fez discurso em Porto Alegre. Imagem do portal ZH;

                                    A campanha presidencial começa amanhã. O julgamento de Lula pelo TRF-4 dá a partida. Milhares e milhares de apoiadores do ex-presidente cumpriram a promessa de ocupar Porto Alegre. Na Bahia, o MST fechou nove rodovias com barricadas – e há protestos em muitos outros pontos do país. Um efetivo policial-militar de quase dez mil homens está mobilizado em Porto Alegre, para a eventualidade de enfrentamentos. São 4.500 homens da Brigada Militar, policiais federais e tropas das Forças Armadas em regime de prontidão. É a maior mobilização desde 1964.

                                   Dilma Rousseff discursou por meia hora diante dos manifestantes. Sob aplausos. E Lula promete estar presente amanhã. Enquanto for julgado pelo TRF-4, deve estar na rua fazendo o que sabe melhor de política: falar diretamente ao povo. Nisto é imbatível. Mas a previsão do tempo para Lula e o PT é de chuvas e trovoadas. Provavelmente, será condenado pela segunda vez, por 2 votos a 1. Há quem imagine que a condenação será unânime: 3 a 0. Só que Lula não será preso imediatamente. O tribunal deve dar a ele o direito de recorrer em liberdade. E há vários recursos – até à Suprema Corte. Continua candidato do PT ao pleito de outubro. Mas a situação dele é tão periclitante, que não é um candidato unânime nem para a esquerda.

                                   O registro eleitoral de Lula pode ser cassado a qualquer momento, com base na Lei da Ficha Limpa, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma legislação aprovada com amplo apoio do PT e da esquerda em geral. É o feitiço contra o feiticeiro. PSOL, PDT, PSB, Rede e PCdoB, a base da frente socialista, apesar de declarar apoio a Lula, já avisam que terão candidatos próprios à Presidência da República. Não querem ser reféns de um candidato que pode desaparecer de repente. E porque abririam mão de apresentar suas posições – especialmente contra as reformas de Temer – durante a campanha eleitoral. Sinuca de bico: se Lula sobreviver, ganha a eleição, como garantem todas as pesquisas de opinião.

                                   Com tamanha confusão, é bom recordar a letra de uma canção do Chico Buarque: “antes que um aventureiro lance mão”. Pode ser um Bolsonaro, um Huck, uma Marina. No pleito desse ano, o eleitor terá que fazer um enorme exercício de compreensão da realidade brasileira. E isto não é fácil no Patropi.  

                                          

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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2 respostas para Manifestantes ocupam o centro de Porto Alegre. Prédios públicos foram esvaziados e empresas dispensaram funcionários. 4.500 homens da Brigada Militar estão nas ruas e o Exército está em prontidão. O espaço aéreo foi fechado por ordem dos militares. É o cenário para a condenação de Lula.

  1. Baumann disse:

    Amorim,

    Veja meu Face. Estive na Paulista hoje o que vi por lá, é uma aperitivo de amanhã. Muita coxinha e pouca mortadela.

    Abração,

    Cacau

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  2. Baumann disse:

    1 – Segundo a Brigada Militar, são aproximadamente 1500 petistas pagos e alimentados cuja maioria nem sabe o que está fazendo lá.

    2 – Na Bahia grupelhos de 8 a 10 terroristas incendiaram pneus nas estradas. Rui Couto, petista disfarçado, segurou a polícia nas estradas estaduais, mas nas federais o couro comeu.

    3- Pixuleco inflado agora na Paulista com mais de mil pessoas junto ao carro de som.

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