Uma semana após as mortes de Marielle e de Anderson, as forças de segurança, com intervenção e tudo, não sabem nada. Nos bastidores, gente bem informada arrisca uns palpites.

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Por que não mataram Marcelo Freixo, do PSOL-RJ.

                                    O desastre do programa das UPPs, a saída de José Mariano Beltrame da Secretaria de Segurança do Rio, a falência do Estado, as denúncias e as prisões de Sérgio Cabral et caterva, desorganizaram todo o esquema político fluminense, que vinha desde o velho MDB de Negrão de Lima e Chagas Freitas. Duas forças novas aparecem recentemente no cenário: o fundamentalismo evangélico de Marcelo Crivela (leia-se: Igreja Universal) e o socialismo com liberdade do PSOL, representado por Marcelo Freixo. Dois extremos de uma mesma decepção do eleitor que chegaram ao segundo turno das eleições de 2016.

                                   O desempenho de Crivela, ao longo do primeiro ano de mandato, foi pífio. Envolvido com questões menores, como cortar investimentos para as escolas de samba (coisas do demônio, com mulheres nuas), deixou de lado os grandes temas: saúde, transporte, educação. No carnaval, abandonou a cidade durante uma onda de violência e foi brincar na Europa. Tudo isso junto, somado ao naufrágio do MDB nas ondas da corrupção, deu força ao tal do PSOL.

                                   O submundo da corrupção administrativa e política, do narcotráfico e das milícias, apresentou as suas cartas quando Michel Temer decidiu recuperar a combalida figura pública à custa do Rio. Mandou seu ministro encarregado da segurança (antes da Defesa), Raul Jugmann, invadir o Rio com militares sem projeto e falsas promessas. E não aconteceu nada de positivo.

                                   O que houve foi a reação do porão. Mataram a vereadora do PSOL mais votada (46 mil votos). E a repercussão foi impressionante, no Brasil e no mundo. Por que não mataram Marcelo Freixo? Ele teve 1.164.000 votos no segundo turno. Seria impossível segurar essa onda.

E não deve parar por aí.

    

                                    

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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