
O traficante de armas “Marcelo Piloto”. Imagem DPF.
O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, pessoalmente, assinou o decreto de expulsão do traficante de armas Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, conhecido no submundo do crime como “Marcelo Piloto”. Era um dos principais fornecedores de armas para o CV, especializado na compra e venda de fuzis automáticos AK-47 (Automatic Kalashinicov 1947), de fabricação russa, além dos suprimentos e munições adequados a esse tipo de arma, a mais consumida no mundo. Nas redes sociais, o presidente justificou a medida: “que nosso país não seja terra de impunidade para ninguém”.
A maior autoridade daquele país deixou de explicar por que “Marcelo Piloto”, que estava preso em Assunção, tinha mordomias na prisão. Comia de modo diferenciado, mantinha contatos com o exterior e recebia a visita de mulheres. A expulsão extrajudicial, por decreto, ocorreu dois dias após o traficante brasileiro ter matado, dentro da cela dele, uma garota de 18 anos. Lídia Meza Burgos, a jovem vitimada, entrou na cela de Marcelo em circunstâncias não esclarecidas. Era a segunda visita dela ao bandido. Cerca de uma hora depois, um guarda penitenciário ouviu gritos e foi verificar. Lídia estava caída no chão. Tinha levado 17 facadas. É um escândalo total.
Outra mulher, Marisa de Souza Penna, havia pedido à justiça paraguaia autorização para se casar com “Marcelo Piloto” na penitenciária. O pedido foi recusado. Mas, seja como for, o episódio demonstra o enorme pode de corrupção do narcotráfico. Estar nas ruas, ou atrás das grades, tanto faz. Os criminosos, diante de funcionários públicos mal pagos e corruptíveis, seguem a vida. Inclusive a vida de crimes.
“Marcelo Piloto” foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu, no Paraná. Aqui, está condenado a dezenas de anos de prisão, por crimes anteriores. Foi imediatamente transferido para o presídio federal de segurança máxima em Catanduvas. Aparentemente, não pode fugir de lá. Nem receber “visitas íntimas”. Nem se comunicar com o exterior. Supostamente, no âmbito da organização criminosa chamada CV, substituiu Fernandinho Beira-Mar em matéria de relações internacionais.
Vamos ver o que acontece a seguir.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Certamente as explicações sobre os privilégios do Marcelo Piloto no Paraguay sejam as mesmas que também não ouvimos de nossos presos aqui. A criminalidade está dentro e ao lado das grades.
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