
O traficante foi levado em helicóptero militar até a fronteira. Imagem do portal La Nacióon.
Rovilho Alekis Barbosa, o “Bilão”, integrante da liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi extraditado do Paraguai para o Brasil, onde está condenado a dezenas de anos de prisão por tráfico de drogas e associação criminosa. O governo daquele país, após a eleição do capitão Jair Bolsonaro por aqui, resolveu, experimentalmente, testar os limites da linha dura do presidente eleito no Patropi. Como a dizer: “Vocês são capazes de cuidar dos chefões do tráfico?” É claro que o presidente paraguaio nunca disse isso. Mas o observador que vos fala tomou a liberdade dessa afirmação. O presidente paraguaio, cujo país é chamado de “o país bandido”, está a se divertir com as nossas autoridades. Manda de volta nossos criminosos para que a gente dê fim a eles. E daremos?
“Bilão” foi preso no Paraguai em algum momento de 2017. De dentro da cadeia, corrompendo todo mundo, continuou a comandar o tráfico de drogas destinado aos estados do sul do Brasil. Maconha, cocaína, crack, drogas sintéticas. É bom lembrar que o PCC, a maior organização criminosa brasileira, funciona como uma empresa capitalista globalizada, com divisão de tarefas e de territórios. “Bilão” era (ou é) a “Torre do Sul”. O chefe da operação. Enquanto o presidente paraguaio se diverte devolvendo criminosos perigosos ao país, aposta em saber qual política de segurança o capitão Bolsonaro vai adotar. Todo o continente quer saber.
Terá alguma, além se colocar esses caras em celas de segurança do ainda governo Temer? E o próprio Temer, o que pensa disso? Antes de mais nada, temendo represálias, a polícia paulista faz preparativos para evitar ataques como os de 2006, quando o PCC decretou um salve geral contra a autoridade pública, produzindo um banho de sangue nunca visto nas terras bandeirantes. Foram 10 dias de terror, resultando na morte de centenas de pessoas. As vítimas: policiais civis e militares desavisados do perigo iminente; funcionários do sistema penal; inocentes a granel. Agora estão sendo construídas barricadas nas áreas mais vulneráveis do esquema de segurança. Em troca da ação violenta das quadrilhas que agem nas ruas, a organização decretou uma anistia de dívidas no tráfico. E mais: todo bandido estreando no “Partido do Crime”, tinha que provar o seu valor. A onda de atentados a tiros e bombas (mais de 200 ônibus foram incendiados) cessou após um acordo entre o governo e os bandidos. Os termos exatos desse acordo ainda não são conhecidos.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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O assassinato de Marfielle, no Rio, foi um aviso da capacidade operacional dessa turma. Vem bala.
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