Nas “quebradas”, favelas e periferias de São Paulo, corre um rumor: vai haver um novo “Salve Geral”. Quer dizer: as ameaças do governador eleito João Dória vão enfrentar resistência armada da maior organização criminosa do país. O PCC se autodenomina o “Partido do Crime”. Adota a alcunha porque se considera uma força política, mais do que um bando de criminosos. Influencia a vida de centenas de milhares de pessoas nas comunidades, tanto quanto influencia o tráfico, a venda de armas e o roubo armado.
A organização, que divide com o Comando Vermelho (CV) o controle do crime organizado em todo o país (fora o coralinho branco de Brasília e associados políticos), está dividida: uma parte quer reagir violentamente, como em 2006; outra parte acredita que as ameaças de Dória e Bolsonaro não passam de marketing político – e que nada vai acontecer de fato.
O governador eleito de São Paulo, João Dória, em evento público com o secretariado que vai assumir em 1º de janeiro, alardeou que a marca da gestão será o combate ao PCC. (Vejam a Folha de S. Paulo de hoje, 14 dez) Trata-se, segundo Dória, de uma espécie de “inimigo publico número 1”. Como se toda a violência que amarga a capital paulista fosse causada pelo PCC – e não por criminosos avulsos e desorganizados. Aqueles que atacam no sinal de trânsito, nos pontos de ônibus e nas estações de trem. Matam para roubar um tênis ou um celular. O governador resolveu desafiar o narcotráfico diretamente.
O crime avulso pode ser enfrentado com policiamento ostensivo. O crime organizado tem que ser enfrentado com inteligência e sofisticação. João Dória, além de não distinguir as duas coisas, quer começar uma guerra. Será uma guerra perdida.
Em todo o país, o PCC exerce enorme influência, como mostra o vídeo a seguir. Veja e comente:
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.