
Marcola transferido. Imagem do portal UOL.
Vinte e dois presos do comando do PCC, conhecido como “Sintonia Geral”, foram transferidos hoje (13 fev) pela manhã. O destino deles não foi revelado, mas supõe-se que sejam os presídios federais de Porto Velho (RO) e Mossoró (RN), considerados à prova de fugas, onde os detentos ficam trancados nas celas 23 horas por dia. O líder máximo da organização, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, também chamado de “O Artista”, deve ter sido levado para a nova ala de segurança do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília.
Quase simultaneamente, sob forte aparato de segurança, o presidente Jair Bolsonaro teve alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, e foi levada para a Capital Federal. O presidente assinou um decreto de garantia da lei e da ordem (GLO), autorizando o emprego das Forças Armadas na transferência dos presos e para a garantia do entorno dos presídios. Helicópteros e blindados foram empregados na operação. Tudo isso teria sido ordenado pessoalmente por Bolsonaro. Trata-se de um duríssimo golpe na maior organização criminosa do país.
A transferência foi pedida pelo ministério público paulista em novembro do ano passado, logo após a eleição de João Dória. O governador eleito teria concordado – e o tema teria sido discutido entre Dória e Bolsonaro durante um encontro no hospital, na última segunda-feira. A guerra aberta contra o PCC já havia sido sinalizada pelo ministro Sérgio Moro, quando anunciou o plano de segurança do governo.
Pela primeira vez, um integrante do governo citava diretamente as organizações criminosas, com nomes próprios. Moro falou em Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), Terceiro Comando Puro (3CP), Família do Norte (FN) e citou vagamente as milícias do Rio de Janeiro. Não disse o nome da maior milícia, a “Liga da Justiça”. O fato de o ministro da justiça ter dado nome aos bois significa duas coisas: o governo pretende abrir fogo contra o crime organizado; e deu às organizações criminosas um caráter institucional, reconhecendo publicamente a existência delas, quando antes eram meras facções criminosas. Moro também deu a elas âmbito nacional e internacional.
As forças de segurança paulistas montaram um poderoso esquema de mobilização para enfrentar a reação do PCC. Pode ser por meio de rebeliões em presídios ou ataques nas ruas. Ou com atentados contra autoridades e prédios públicos. O medo maior é de um novo “Salve Geral”, como o de 2006, que resultou em centenas de ataques e deixou 564 mortos, número citado agora há pouco pela Folha de S. Paulo.
Agora é esperar para ver.
Sobre Carlos Amorim
Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão.
Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano.
Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc).
Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes.
Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005).
A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações.
Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada.
Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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