MPF: quadrilha chefiada por Michel Temer roubou 1,8 bilhão de reais dos cofres públicos. Temer, Moreira Franco e mais 6 foram presos hoje. A terra treme em Brasília.

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A prisão de Michel Temer. Imagem da Globonews.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal prenderam o ex-presidente Michel Temer e seus cúmplices em um esquema de desvio de dinheiro público que deixa o mensalão do PT no chinelo. Em entrevista coletiva, as autoridades afirmaram ter provas de que a organização criminosa comandada por Temer atuava há décadas. Cobrava em troca da aprovação de obras públicas tão grandiosas quanto as usinas nucleares de Angra dos Reis e as concessões de uso do porto de Santos. Em pronunciamento público, transmitido ao vivo pela TV e as rádios, durante uma hora e meia, os delegados federais e procuradores da República descreveram o show de horrores comandado pelo PMDB e por Temer e Moreira Franco.
As autoridades judiciárias afirmaram que a organização criminosa se infiltrou nas instituições públicas, ao menos nos últimos 30 anos, para trocar favores por dinheiro. Inclusive, as propinas por contratos de obras podiam ser pagas em prestações, ao longo de muitos anos. É – sem dúvida – o maior esquema criminoso já descoberto no país. Ao contrário do que disse o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, o chefe do crime organizado no país não era Lula. Era Michel Temer, que nunca foi atacado por ele. Isto, porém, não inocenta Lula. Mas dá ao ex-presidente um caráter criminoso menor.
A prisão de Temer, Moreira Franco e outros cúmplices, atinge Brasília como um terremoto. Quem está devendo à Lava Jato começa a fazer as malas, especialmente os políticos que perderam o foro especial nas últimas eleições. São muitos. Dezenas. Curioso: a ofensiva da PF e do MPF acontece logo após o Supremo Tribunal abrir inquérito criminal para apurar ameaças contra ministros da corte, cujo alvo, aparentemente, é o próprio Ministério Público. Dallagnol e seus pares em Curitiba tremem nas bases.
O xerife da Lava Jato, Sérgio Moro, pediu exoneração do cargo de juiz federal e virou ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro. Abriu mão de um bom salário e de uma carreira vitalícia. Entrou na política. Pode ser o sucessor de Bolsonaro após a tentativa de reeleição do atua presidente (2022), em 2026. Se tudo der certo.

Mas a ofensiva do Ministério Público contra os políticos acusados de corrupção, que tem dezenas de alvos nos próximos dias, pode jogar água na fervura. Há algo de podre no ar.

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
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Uma resposta para MPF: quadrilha chefiada por Michel Temer roubou 1,8 bilhão de reais dos cofres públicos. Temer, Moreira Franco e mais 6 foram presos hoje. A terra treme em Brasília.

  1. Guilherme Varandas disse:

    Olá, gostaria de comprar a trilogia do cv pcc, mas não encontro o 1º livro vendendo de jeito nenhum. Quanto aos 2 últimos, o kit com os 2 também está esgotado em todas as livrarias. Gostaria de saber onde encontro todos eles. Obrigado, Guilherme.

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