Extremista de direita, alvo de operação da Polícia Federal, ameaça ministro do STF. Sara Winter comanda o grupo “Os 300 do Brasil”, considerado milícia armada.

sara winter01

A líder do grupo “Os 300 do Brasil”. Foto do arquivo pessoal de Sara Winter.

                                     O nome dela é Sara Fernanda Giromini. Tem 27 anos e se denomina blogueira e escritora. Já foi ativista feminista, contra o cristianismo e a favor da homossexualidade e do aborto. Fundou o Femen Brasil, réplica tupiniquim do famoso movimento radical de mulheres ucranianas. Depois de sofrer um aborto, como escreveu em um livro, converteu-se ao bolsonarismo e tentou uma candidatura a deputada (Dem-RJ). Não foi eleita. Nome de guerra: Sara Winter.

                                   Na manhã desta quarta-feira (27 maio), ela foi um dos 29 alvos da Polícia Federal no inquérito que investiga as fake news no país. O mandado de busca e apreensão contra Sara foi assinado pelo ministro Alexandre de Morais, do STF, que apura o funcionamento do chamado “Gabinete do Ódio”, uma “organização criminosa”, segundo o ministro, que seria responsável pela divulgação de mensagens falsas contra opositores do governo Bolsonaro. A PF apreendeu o celular e um notebook da militante de extrema direita.

                                   Indignada com a ação policial, xingou o Ministro Alexandre de Morais de “esse filho da puta de arrombado”. Acrescentou que gostaria de “trocar uns socos com ele”. E ameaçou: “O senhor não terá mais paz. Vamos descobrir os lugares que o senhor frequenta”. Até agora, seis e meia da tarde, não foi presa por ameaçar um ministro da Suprema Corte.

sara winter02

                                   Sara Winter aparece em fotos abraçada com o presidente Jair Bolsonaro e com a ministra Damares Alves. É tida como importante líder ultraconservadora e comanda o acampamento “Os 300 do Brasil”, instalado no centro de Brasília. O Ministério Público do DF classificou o acampamento como “grupo armado paramilitar” e pediu à justiça que revistasse e interditasse o local. Mas o caso caiu nas mãos de uma juíza da Vara da Fazenda Pública. A meritíssima disse que não era com ela. Provavelmente, não era mesmo. E ficou assim.          

                                    Sara declarou a jornalistas da Folha de S. Paulo que havia armas no acampamento, “apenas para proteção do pessoal”. E foi isso que desencadeou a ação do MPDF. Em várias entrevistas, a militante explicou os motivos da sua luta: contra o comunismo, a ditadura do Judiciário, contra o aborto e as drogas. O grupo “Os 300 do Brasil” realiza treinamentos paramilitares e tem um programa de recrutamento. Não se sabe quem financia o movimento, mas Sara Winter trabalhou no ministério de Damares Alves.   

 

 

Sobre Carlos Amorim

Carlos Amorim é jornalista profissional há mais de 40 anos. Começou, aos 16, como repórter do jornal A Notícia, do Rio de Janeiro. Trabalhou 19 anos nas Organizações Globo, cinco no jornal O Globo (repórter especial e editor-assistente da editoria Grande Rio) e 14 na TV Globo. Esteve no SBT, na Rede Manchete e na TV Record. Foi fundador do Jornal da Manchete; chefe de redação do Globo Repórter; editor-chefe do Jornal da Globo; editor-chefe do Jornal Hoje; editor-chefe (eventual) do Jornal Nacional; diretor-geral do Fantástico; diretor de jornalismo da Globo no Rio e em São Paulo; diretor de eventos especiais da Central Globo de Jornalismo. Foi diretor da Divisão de Programas de Jornalismo da Rede Manchete. Diretor-executivo da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, onde implantou o canal de notícias Bandnews. Criador do Domingo Espetacular da TV Record. Atuou em vários programas de linha de show na Globo, Manchete e SBT. Dirigiu transmissões de carnaval e a edição do Rock In Rio 2 (1991). Escreveu, produziu e dirigiu 56 documentários de televisão. Ganhou o prêmio da crítica do Festival de Cine, Vídeo e Televisão de Roma, em 1984, com um especial sobre Elis Regina. Recebeu o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 1994, na categoria Reportagem, com a melhor obra de não-ficção do ano: Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado (Record – 1994). É autor de CV_PCC- A irmandade do crime (Record – 2004) e O Assalto ao Poder (Record – 2010). Recebeu o prêmio Simon Bolívar de Jornalismo, em 1997, na categoria Televisão (equipe), com um especial sobre a medicina em Cuba (reportagem de Florestan Fernandes Jr). Recebeu o prêmio Wladimir Herzog, na categoria Televisão (equipe), com uma série de reportagens de Fátima Souza para o Jornal da Band (“O medo na sala de aula”). Como diretor da linha de show do SBT, recebeu o prêmio Comunique-se, em 2006, com o programa Charme (Adriane Galisteu), considerado o melhor talk-show do ano. Em 2007, criou a série “9mm: São Paulo”, produzida pela Moonshot Pictures e pela FOX Latin America, vencedora do prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor série da televisão brasileira em 2008. Em 2008, foi diretor artístico e de programação das emissoras afiliadas do SBT no Paraná e diretor do SBT, em São Paulo, nos anos de 2005/06/07 (Charme, Casos de Família, Ratinho, Documenta Brasil etc). Vencedor do Prêmio Jabuti 2011, da Câmara Brasileira do Livro, com “Assalto ao Poder”. Autor de quatro obras pela Editora Record, foi finalista do certame literário três vezes. Atuou como professor convidado do curso “Negócios em Televisão e Cinema” da Fundação Getúlio Vargas no Rio e em São Paulo (2004 e 2005). A maior parte da carreira do jornalista Carlos Amorim esteve voltada para a TV, mas durante muitos anos, paralelamente, também foi ligado à mídia impressa. Foi repórter especial do Jornal da Tarde, articulista do Jornal do Brasil, colaborador da revista História Viva entre outras publicações. Atualmente, trabalha como autor, roteirista e diretor para projetos de cinema e televisão segmentada. Fonte: resumo curricular publicado pela PUC-RJ em “No Próximo Bloco – O jornalismo brasileiro na TV e na Internet”, livro organizado por Ernesto Rodrigues em 2006 e atualizado em 2008. As demais atualizações foram feitas pelo autor.
Esse post foi publicado em Politica e sociedade. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário